Das alergias alimentares às moradas, os consumidores em todo o mundo estão a tornar-se cada vez mais disponíveis para partilhar informação mais pessoal com os seus retalhistas favoritos, enquanto procuram uma experiência de compra mais personalizada e eficiente.
De acordo com o evidenciado por uma pesquisa realizada pela IBM a mais de 28.000 pessoas em 15 países, os consumidores estão mais dispostos a fornecer informação pessoal. Esta é uma boa notícia para os retalhistas nos dois lados do Atlântico, à medida que procuram formas de atingir a demografia certa de compradores com novos produtos. «Eles estão dispostos a partilhar informações, se existir um benefício percetível», revela Jill Puleri, diretora global de retalho nos serviços globais de negócios da IBM, sublinhando que «não tem de ser um benefício monetário».
Apesar dos consumidores em todo o mundo ainda terem algumas reservas sobre a partilha de informações financeiras, como quanto ganham, mostram-se menos preocupados com a divulgação de outras informações privadas. Por exemplo, cerca de três quartos das pessoas inquiridas estão dispostas a partilhar pormenores em relação à sua utilização dos média, como os programas de televisão que assistiam, enquanto 73% não se importam com a divulgação de informação demográfica, como a sua etnia.
Cerca de 61% das pessoas revelam-se confortáveis com a partilha dos seus nomes e endereços com os retalhistas, enquanto cerca de 59% dos entrevistados afirmam não importar-se com a divulgação de informações relacionadas com o estilo de vida, como se possuem mais de um carro, se mudaram para uma casa nova ou se tiveram um filho recentemente. «Estas são coisas que eu acho muito importantes para um retalhista», observa Puleri, acrescentando que a mudança no comportamento do cliente foi fenomenal. «Sempre pensamos que o consumidor era muito protetor das suas informações», prossegue. No entanto, mais de metade das pessoas inquiridas mostram-se até dispostas a revelar a sua localização exata e informações relacionadas, na esperança de uma experiência de compra mais orientada e mais inteligente.
Os compradores em mercados emergentes, como Argentina, Colômbia, Brasil, México, Chile, África do Sul e China, estão mais dispostos a partilhar informações privadas comparativamente com os consumidores nos mercados maduros, como Europa, Austrália, Japão, Canadá e Estados Unidos, segundo Puleri.
Uma evidência que liga os compradores em todo o mundo é o desejo por um bom negócio. Cerca de 53% dos consumidores afirmam que procuram ativamente produtos em saldo, mas esta tendência não está limitada aos mercados maduros - 69% dos brasileiros que participaram da pesquisa também revelam procurar produtos em saldo. «Prevemos que essa frugalidade continue», indica Puleri.
Ao contrário da perceção popular, os clientes dizem estar ansiosos para receber mais comunicação dos comerciantes, de acordo com a pesquisa. Para Puleri, isto indica que muitos retalhistas não têm alcançado o seu público-alvo efetivo. Os clientes também querem que as informações dos comerciantes sejam entregues através de canais relevantes. Por exemplo, menos clientes contam com o e-mail para saberem sobre novos produtos. Enquanto isso, 85% dos consumidores acreditam que as redes sociais irão poupar-lhes tempo.
Embora mais informações privadas dos consumidores certamente ajudem os retalhistas a compreender melhor o seu público-alvo, o rápido influxo de dados digitais também coloca novos desafios. Um estudo recente da IBM a mais de 1.700 diretores de marketing de 64 países revelou que a grande maioria reconhece a ocorrência de uma mudança crítica, fundamental e permanente na forma como se envolvem com os seus clientes, mas questionam se as suas unidades de marketing estão preparadas para gerir a mudança.
Fonte: Reuters
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