16 de fev. de 2012

Azul-marinho é o novo preto


O azul-marinho deverá substituir o preto nas passerelles, como se tem visto na Semana de Moda de Nova Iorque, com os especialistas a anteciparem tecidos ricos, casacos que definem a cintura e alguns estilos inspirados nos anos 20 inspirados em filmes como “O Artista”.
 
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Azul-marinho é o novo preto
 Os vestidos vão continuar a estar muito presentes nas coleções dos cerca de 90 designers que estão a mostrar as suas coleções para 2012 na Semana de Moda de Nova Iorque, indicam os especialistas, devido ao grande apelo aos consumidores que estão mais conscientes e centrados no valor numa altura em que os EUA emergem da recessão.
Um vestido é visto como mais tentador porque permite às mulheres escaparem ao passo seguinte, e por vezes mais caro, de coordenar saias ou calças com uma blusa ou uma t-shirt. «Os vestidos têm uma performance muito boa. As mulheres adoram um vestido», afirma Ken Downing, diretor de moda da cadeia de luxo Neiman Marcus. «É uma forma simples de se ter um ótimo visual. É chique sem esforço… desde o café aos cocktails», acrescenta. E «o azul-marinho será o neutro da estação», acredita.
Segundo Downing, alguns designers ter-se-ão inspirado no estilo do filme mudo “O Artista” e no filme de Woody Allen “Meia-Noite em Paris” – ambos nomeados para vários Óscares –, assim como no lançamento, para breve, do remake do realizador Baz Luhrmann do filme “Great Gatsby”.
Mas avisa que isto não significa um regresso imediato aos vestidos de cintura descaída que definiram a época dos anos 20. «Muitos designers percebem a importância de celebrar as formas da mulher e o vestuário que reflete as suas curvas são sempre os mais populares», indica. «As mulheres gastam muito tempo no ginásio…querem receber os créditos pela forma como se apresentam», acrescenta.
Os verdes profundos e os tecidos ricos como os brocados e os jacquards deverão ser tendências de passerelle que atrairão as consumidoras, acredita Colleen Sherin, diretora sénior de moda na Saks Fifth Avenue. «Quando as consumidoras gastam o seu dinheiro, querem sentir e querem ver que estão realmente a ter o que pagaram», afirma. «Qualquer forma de embelezamento ou produção decorativa faz com que a consumidora sinta que está a comprar alguma coisa especial, que vale o dinheiro que gastou», acrescenta.
Os designers deverão apresentar casacos justos inspirados na moda masculina pensados para definir a cintura da mulher e vestidos que revelam a cintura. «Estou a gostar da inspiração masculina, gosto de mulheres que têm um casaco bem ajustado. Definitivamente estou a dirigir-me nessa direção, mas temos muitas surpresas ótimas», desvenda o designer Yigal Azrouel.
Mas com os consumidores receosos devido à lenta recuperação da economia dos EUA e às dificuldades da economia mundial, os designers continuam a tendência de fazer crescer as suas marcas com coleções mais baratas.
Azrouel abriu a primeira loja no início do mês para a sua marca de preços mais baixos Cut25 e Jason Wu – mais conhecido por ter desenhado o vestido de Michelle Obama para o Baile Inaugural – lançou há alguns dias uma coleção para a Target com tudo a preços inferiores a 60 dólares (45,27 euros). «Estamos a criar futuros consumidores da Jason Wu», justifica Wu.
Embora o desemprego tenha caído para 8,3%, o valor mais baixo dos últimos três anos, e os retalhistas tenham registado um aumento maior do que o esperado em janeiro, as vendas a retalho no movimentado mês de dezembro aumentou ao ritmo mais lento em sete meses e a confiança dos consumidores caiu inesperadamente em janeiro.
«As consumidoras tornaram-se muito mais ponderadas nas suas compras», confirma Sherin. «Pensam em múltiplas utilizações, na longevidade da peça de vestuário, na qualidade e no valor», acrescenta.
No que diz respeito a bainhas, haverá algo para cada uma, revela Kibwe Chase Marshall, editor de passerelle de senhora e de tendências para o gabinete de tendências Stylesight. «Proporções maxi, assim como comprimentos “médios” precários podem ser encontrados nas coleções pronto-a-vestir. No horizonte, vestidos mini em A – usados com meias – completam o trio de comprimentos, criando uma miríade de opções», indica.
David Wolfe, diretor criativo no gabinete de tendências The Doneger Group, considera que a cor será a força motriz na Semana de Moda de Nova Iorque, com tons ricos e toques de brilho, e que os estilos estão a tornar-se mais acessíveis a mulheres de todas as formas. «É a cor que está a fazer avançar a moda», acredita. E acrescenta que a realidade económica mais sóbria para os consumidores deverá significar menos tendências pouco usáveis na coleção de outono. «Não me parece que tenhamos um look identificável “Ó meu Deus, é a época do esquimó”», conclui.
A Semana de Moda de Nova Iorque, que termina na próxima quinta-feira, dia 16 de fevereiro, é o primeiro dos grandes eventos de moda, a que se seguem as semanas de moda de Londres, Paris e Milão.
 
Fonte: Reuters

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