29 de jan. de 2013

Estrelas imunes ao frio


Os vestidos usados pelas estrelas de Hollywood na cerimónia de entrega dos Globos de Ouro puseram em evidência o corpo, com os modelos justos e sem ombros a destacarem-se na passadeira vermelha. Uma mostra das criações das principais casas de moda europeias que nem o frio de Los Angeles impediu. 
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Estrelas imunes ao frio
É preciso dar a mão à palmatória às maiores celebridades de Hollywood, que parecem imunes ao frio. Apesar das baixas temperaturas que se fizeram sentir em Los Angeles no passado dia 13 de janeiro, os ombros à mostra foram uma das tendências mais fortes nos Globos de Ouro, com as atrizes a não se coibirem de usar os modelos “leves e frescos” criados por grandes nomes da moda.
O coordenado branco de duas peças (um corpete e saia justa comprida) de Anne Hathaway, assinado pela Chanel, resume a tendência na perfeição, a que se juntou também Jennifer Garner, num vestido de Vivienne Westwood em vermelho vivo, sem alças e com um detalhe drapeado no decote, e Salma Hayek, que usou um vestido da Gucci sem alças, azul-escuro, com contas e um grande laço ao nível da anca. Todas as indumentárias mantiveram os detalhes ao mínimo, privilegiando antes os efeitos de luz e textura produzidos por lantejoulas e pedrarias.
O estilo sereia foi outro visual popular, como por exemplo com Taylor Swift, que envergou um vestido roxo criado por Donna Karan, e Jessica Alba, que causou impacto num modelo justo de Oscar de la Renta. Outra escolha sem alças, este vestido em tom de pêssego tem um decote em coração e uma cauda imponente.
Jennifer Lawrence também optou por um vestido sem alças, desta vez um Dior em cetim, com os detalhes mínimos que permitiram ao tom vermelho tomate ficar com o papel principal. A cor foi, de resto, uma das principais características dos vestidos de Raf Simons para Dior que estiveram na passadeira vermelha, como por exemplo com Marion Cotillard, que usou um vestido laranja vivo, sem alças e à altura da perna.
Em contraste, Kate Hudson deu nas vistas com um vestido com gola alta e uma abertura na frente. O modelo justo criado por Sarah Burton para a Alexander McQueen tinha a assinatura da casa de moda – os bordados dourados – na gola e na cintura. Helen Mirren optou por um visual semelhante num vestido Badgley Mischka. Preto com detalhes em dourado, o modelo deixou vislumbrar a figura invejável da atriz na perfeição. Outra personalidade de topo que optou por colocar as suas curvas em grande plano foi Naomi Watts, num vestido criado por Zac Posen, em cor de vinho, com mangas e uma longa cauda.
Rendas e pedrarias em tom da pele ou transparentes foram outras escolhas populares. Jennifer Lopez em Zuhair Murad pareceu mostrar muita pele, embora na verdade a maior parte fosse um forro em tom da pele sob renda enfeitada com lantejoulas, enquanto Amanda Seyfried em Givenchy escolheu um modelo semelhante, mas num look menos sensual, em tom da pele com um detalhe drapeado subtil. Já Amy Adams encarnou a tendência de quase a nu num curvilíneo Marchesa.
Rachel Weisz tentou uma abordagem diferente à transparência num vestido Louis Vuitton em renda preta, com um falso minivestido por cima. Nicole Kidman também escolheu uma opção alternativa, tendo usado um vestido de Sarah Burton para a Alexander McQueen, com a parte de cima a incorporar uma rede elástica e o topo com aplicações douradas.
Já Kerry Washington escolheu um vestido Miu Miu, com contas em forma de folha num modelo a direito quase completamente transparente, complementado com um mini-vestido interior cor da pele, e um falso decote profundo. Verdadeiros decotes profundos pontuaram alguns dos vestidos mais simples, incluindo o vestido preto em cetim Theory assinado por Olivier Theyskens usado por Katharine McPhee e o modelo Versace rosa-avermelhado envergado por Claire Danes.
Aberturas até à coxa foram igualmente uma característica muito destacada nos Globos de Ouro. Lea Michelle num pálido Elie Saab optou por pedraria no seu vestido justo com uma abertura estonteante, enquanto Rosie Huntington-Whiteley e Eva Longoria tornaram o look mais dramático com vestidos em preto de Saint Laurent e Pucci, respetivamente. Halle Berry em Atelier Versace foi uma das poucas estrelas a optar pelos estampados, mas o maior impacto veio da majestosa abertura.
Outras estrelas que escolheram padrões foram Lucy Liu – num floral vestido estilo princesa – e Sienna Miller. A atriz britânica, nomeada pelo seu papel em The Girl, usou um top e saia justa da Erdem. O detalhe principal foi o tecido: uma espécie de organza rendada com aplicações florais em tons suaves.
 
Fonte: WGSN

VICTORIA & ALBERT MUSEUM PRESTA HOMENAGEM A DAVID BOWIE


Entre 23 de março e 28 de julho, o Victoria & Albert Museum, em Londres, apresenta “David Bowie is...”, uma exposição que explora o processo criativo de David Bowie como músico e ícone cultural, acompanhando as suas mudanças de estilo.

Freddie Mercury, Michael Jackson e outros reis do pop revolucionaram todos a moda do seu tempo. Mas David Bowie foi, talvez, o que mais se distinguiu, pela sua capacidade singular de transformação e adaptação a diferentes épocas e estilos. O cantor, nascido em Brixton, experimentou as maquilhagens mais inusitadas e as roupas mais inesperadas. Na década de 1970 encarnou um alter ego chamado Ziggy Stardust e destacou-se pelo visual andrógino e muito particular: o cabelo extravagante, a tez lívida, as roupas com estampagens hipnóticas. "Fora dos palcos sou um robot. No palco eu adquiro emoção. Provavelmente é por isso que prefiro vestir-me como Ziggy do que como David", afirmou o artista.

A exposição que o Victoria & Albert Museum dedica a David Bowie na próxima primavera explora as suas colaborações com vários artistas e designers das áreas da moda, música, teatro, arte e cinema. Em exibição estarão mais de 300 objetos, incluindo os bodysuits desenhados por Freddie Burretti, trechos de filmes e performances ao vivo, vídeos de música e projetos de set design criados para a digressão Diamond Dogs (1974). “David Bowie is...” expõe também objetos pessoais de Bowie, como storyboards, letras manuscritas, esboços, partituras musicais e excertos do seu diário.

“David Bowie is...” promete ser uma das exposições do ano.


FOTOS (da esquerda para a direita):

Fotografia para capa do álbum “Aladdin Sane”, 1973
Foto: © Brian Duffy

Bodysuit para álbum Aladdin Sane, 1973. Design: Kansai Yamamoto.

Foto: © Masayoshi Sukita

Fotografia original para capa do álbum “Earthling”, 1997.
Design: Alexander McQueen em colaboração com David Bowie

Foto: © Frank W Ockenfels 3



LOUIS VUITTON: “RETRACING THE TRUNK”


A marca francesa Louis Vuitton apresenta “Retracing the Trunk”, um vídeo de animação que remonta às suas origens e mostra a história da sua criação mais icónica: o baú. O vídeo inicia com uma imagem gerada em computador do contorno de um baú branco liso. Um feixe de luz delimita as arestas e em seguida cada um dos lados acende num flash. Um splash de água apaga o desenho original e um novo baú fica animado, mudando de cor para mostrar as múltiplas tonalidades e detalhes dos produtos Louis Vuitton.

Em seguida, peças do clássico logótipo monograma juntam-se e formam um baú inteiro. Diferentes pormenores e compartimentos continuam a ganhar vida através da animação. Perto do final do vídeo, a linha do horizonte de uma cidade é mostrada como um flash de luz no céu e surge o logótipo da Louis Vuitton.

Esta tradução visual da grande criação da casa francesa antecede ao lançamento de um texto literário, uma compilação de pequenas histórias sobre figuras históricas associadas aos baús da Louis Vuitton. Histórias de magia, de invenção e de escândalos que, até agora, permaneciam arrumadas num baú na casa Louis Vuitton.


“HAUTEUR SPACE” BY NICK KNIGHT


Ensaios fotográficos, desfiles transmitidos ao vivo, visões sobre os ateliers e os processos criativos de designers e artistas diversos e uma série de filmes de moda únicos tornam o site Showstudio.com, criado em 2000 pelo icónico fotógrafo inglês Nick Knight, uma referência para profissionais de moda.

“Hauteur Space” é o título do mais recente filme de Nick Knight apresentado em Showstudio.com e inspira-se no trabalho dos artistas Erté, Aubrey Beardsley, Lillian Bassman e Irina Ionesco, entre outros. Uma produção romântica onde se vê a modelo Alexia Wight a emergir da escuridão, vestida com criações de Alexander McQueen, Haider Ackermann, Givenchy por Ricardo Tisci e Louis Vuitton, criteriosamente selecionadas pelo stylist Edward Enninful.

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21 de jan. de 2013

Gangsters com estilo


Num filme negro sobre a luta “dos bons contra os maus”, isto é, polícia contra a máfia, o guarda-roupa usado pelas personagens ganha relevo na própria trama. “Gangster Squad” mostra uma Los Angeles nos anos 40 onde a máfia se veste com fatos de trespasse e os polícias optam por modelos mais simples. 

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Gangsters com estilo
Esqueça o preto e branco: o mais recente embate entre o bem e o mal é o fato simples contra o de trespasse – ou pelo menos é assim que o coloca Gangster Squad, um filme de estilo negro do realizador Ruben Fleischer que estreou recentemente.
Situado na cidade de Los Angeles nos anos 40 e baseado na história verdadeira do gangster – e comprovadamente adepto dos fatos de trespasse – Mickey Cohen (Sean Penn), o filme mostra uma equipa de detetives, liderada pelo sargento John O’Mara (Josh Brolin), que tem a tarefa de correr com os bandidos para fora da cidade.
O filme conta também com a estrela – de cinema e da moda – Emma Stone como o objeto do interesse amoroso de Cohen, que brilha num vestido de corte enviesado vermelho: justo na cintura, com racha na coxa e com uma faixa à volta do pescoço (simbólico do agarrar da rapariga por parte do gangster, sem dúvida). Mas apesar de uma série de vestidos que exaltam o corpo de Stone, o foco aqui está nos homens e no seu guarda-roupa.
Os que estão do lado da justiça envergam quase exclusivamente casacos de fato simples. «Não fomos por nenhuma lã com um peso inferior a 336 gramas. Naqueles dias não tinha a ver com conforto, tinha a ver com longa duração», explica Mary Zophres, uma designer nomeada pela Academia cuja equipa fez 90% dos fatos que aparecem no filme.
Com um chapéu Fedora em castanho-cortiça puxado firmemente para baixo na borda – uma peça única criada pelo chapeleiro Optimo, sediado em Chicago – Josh Brolin, vestido com um fato simples, contrasta com o gangster Cohen, que na vida real afirma nunca ter usado o mesmo fato duas vezes (já que fazia os seus fatos por medida na sua própria alfaiataria). Da mesma forma, a personagem de Penn nunca usa o mesmo fato em cenas diferentes, com o seu temperamento quente a ser contrabalançado com um guarda-roupa de fatos de trespasse em tons de cinzento, azul e preto.
Apanhado entre os dois extremos está o Sargento Jerry Wooters (Ryan Gosling) – membro da esquadra de Brolin cujos verdadeiros motivos estão muitas vezes escondidos por detrás do seu vício de bebida e mulheres –, cuja lealdade questionável reflete-se no seu estilo. Tal como o gangster Cohen, Wooters prefere um blazer de trespasse em lã, em oposição aos estilos simples dos seus colegas.
Mas se as suas escolhas de fato são moralmente suspeitas, o estilo de Wooters está longe de qualquer repreensão. Não só calça um elegante par de sapatos castanhos, em pele e com atacadores, comprados numa casa vintage em San Francisco, como usa algumas das gravatas mais chamativas, num filme onde este acessório se destaca. Um exemplo é a gravata em vermelho escuro com desenhos art déco estampados em prata que quase chama mais a atenção do que uma bala a fazer ricochete.
 Fonte: Financial Times

20 de jan. de 2013

JUERGEN TELLER: WOO


O trabalho provocador e ousado do fotógrafo alemão Juergen Teller será o tema de uma nova exposição que inaugura no próximo dia 23 de janeiro, no Institute of Contemporary Arts, em Londres.

Considerado um dos fotógrafos mais importantes da sua geração, Juergen Teller é um dos poucos artistas que têm trabalhado com êxito tanto no mundo da arte como no da fotografia comercial. Esta exposição promete reunir alguns dos seus trabalhos mais icónicos nas áreas da moda e da publicidade da década de 1990, assim como imagens clássicas de celebridades como Lily Cole, Kurt Cobain e Vivienne Westwood, e fotografias mais recentes de paisagens e retratos de família.

Juergen Teller é responsável por algumas das campanhas de moda mais criativas e memoráveis dos últimos 20 anos, trabalhando com designers como Yves Saint Laurent, Vivienne Westwood e Marc Jacobs. Desta última parceria resultaram alguns dos seus resultados mais bizarros. Em 2003, Teller posou nú para Marc Jacobs, ao lado da atriz Charlotte Rampling, enquanto que para a campanha da primavera de 2008 o fotógrafo retratou Victoria Beckham como “um produto", dentro de um saco de compras gigante Marc Jacobs. Uma das fotografias resultantes desta campanha estará em destaque na exposição, assim como vários retratos de Kate Moss.

A exposição estará patente ao público até 17 de março e será acompanhada por uma apresentação de alguns dos livros de Juergen Teller.

Institute of Contemporary Arts
The Mall, London SW1Y 5AH








Paris à espera de Slimane

A primeira coleção de homem de Hedi Slimane para a Saint Laurent é um dos momentos mais aguardados da semana de moda masculina de Paris, que começa hoje e que será seguida pela alta-costura, onde a estreia da Alexis Mabille e Maison Martin Margiella e a ausência da Givenchy são os principais destaques.
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Paris à espera de Slimane
A moda de homem toma conta, a partir de hoje, das passerelles de Paris, com todos os olhos postos na primeira coleção de homem da Saint Laurent desenhada por Hedi Slimane, conhecido pelos seus cortes justos ao corpo, antes dos holofotes se virarem para a alta-costura.
Conhecido por ter revolucionado o vestuário de homem durante a sua passagem pela Dior entre 2000 e 2007, Slimane conjugou casacos de corte curto com calças justas, num visual andrógino e magro copiado pelos designers do mercado de massas que rapidamente se difundiu no mundo do rock n’ rol.
Estrelas como Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones, e Pete Doherty, vocalista dos Babyshambles e conhecido por ter namorado com a modelo Kate Moss, pisaram o palco em Dior Homme e mesmo o legendário designer Karl Lagerfeld perdeu 45 quilos para poder entrar num fato Slimane.
Como um recente tweet referiu, «agora que Hedi Slimane está a fazer novamente vestuário de homem, isso significa que a “homanorexia” está de novo na moda?».
 
Depois de Slimane ter-se estreado na Saint Laurent em outubro passado com uma coleção de senhora, o mundo da moda espera com ansiedade a sua primeira coleção masculina. Mas os fashionistas têm de ser pacientes, já que a coleção de Slimane para o outono-inverno 2013/2014 será a última a ser revelada, no domingo.
Entretanto, nos cinco dias a partir de hoje irão decorrer cerca de 50 desfiles, incluindo Hermès (com a assinatura da designer Veronique Nichanian), Dior (Kris van Assche), Lanvin (Lucas Ossendrijver), Berluti (Alessandro Sartori) e Jean Paul Gaultier.
Os fãs da Louis Vuitton (desenhada por Kim Jones) poderão mesmo ver o desfile da coleção em direto, no telemóvel ou no tablet, a partir do website da marca.
Raf Simons, diretor artístico das coleções de senhora da Dior, irá também apresentar a sua visão para o homem do próximo inverno no desfile da sua marca própria.
Depois, a partir de segunda-feira, dia 21 de janeiro, será a vez da alta-costura ser o centro das atenções. Entre os destaques está a estreia das casas de moda Alexis Mabille e Maison Martin Margiela enquanto membros de pleno direito da alta-costura (uma designação protegida em França e sujeita a critérios rigorosos), que ganharam o título em dezembro e apresentarão as suas coleções para a próxima estação quente juntamente com Raf Simons para a Dior, Karl Lagerfeld para a Chanel, Jean Paul Gaultier, Giorgio Armani, Valentino, Versace e Elie Saab.
Uma ausência notada é a Givenchy e o seu diretor artístico Riccardo Tisci. A casa, que pertence à galáxia LVMH, anunciou que não fará nenhum desfile nem showroom, mencionando a necessidade de «fazer uma pausa». Enquanto grandes casas de moda como a Yves Saint Laurent e a Lanvin deixaram de fazer alta-costura para se concentrarem no pronto-a-vestir de luxo, a Givenchy indicou que não está em causa abandonar a alta-costura nem fechar.
Os desfiles de alta-costura contam ainda com 11 convidados, sob um acordo que permite que outras casas de moda partilhem um pouco das luzes da ribalta, entre os quais os emergentes Bouchra Jarrar, de França, Yiqing Yin, da China, e a dupla francesa Lefranc.Ferrant.
Já o designer Hervé L. Leroux, que ganhou fama nos anos 90 pelos seus vestidos enfaixados sob o seu nome original de Hervé Leger, antes de perder o direito de o usar como marca, irá apresentar a sua coleção em manequins no seu atelier, uma opção económica que permite que jornalistas e compradores vejam as suas meticulosas criações de perto.
 

Fonte: AFP

Pobres na moda


O mundo de Hollywood continua a influenciar as tendências de moda e o êxito de filmes como “Os Miseráveis” – um dos grandes nomeados para os Óscares – deverão trazer para a passerelle, e para as lojas, influências do grunge e do punk para looks que exaltam o chamado luxe-pauvre. 

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Pobres na moda
O contraste de estilos do mundo da moda já chegou a um cinema perto de si. Por um lado, há o híper-ornamentado de marcas como Balmain, Gucci e Valentino. Do outro lado, o minimalismo de Céline ou Jil Sander. Nos cinemas, os trailers do cheio de brilho “O Grande Gatsby”, o filme de Baz Luhrmann que deverá chegar na próxima primavera, contrasta com “Os Miseráveis”, de Tom Hooper, a mais recente interpretação da história de Victor Hugo da exploração na França do século XIX.
“O Grande Gatsby” mostra a sumptuosidade da Era Dourada em todo o seu esplendor. Em “Os Miseráveis”, contudo, os quatro papéis femininos principais – Anne Hathaway, Amanda Seyfried, Samantha Barks e Helena Bonham Carter – dão corpo a roupas simples e funcionais dos pobres urbanos: desde o esfarrapado da rua aos uniformes das fábricas e camisas finas como papel em tons terra, átonos. Mas isso não quer dizer que o filme não tem motivos de interesse para quem gosta de moda, bem pelo contrário.
A Vogue americana dedicou 10 páginas do seu número de dezembro ao filme “Os Miseráveis”, às suas estrelas e aos seus figurinos, enquanto os sites de estilo estão já a analisar “como se vestir como a sua personagem favorita de “Os Miseráveis””. E com os designers a inspirarem-se em Hollywood e vice-versa, é provável que o look do filme se torne um dos mais influentes em 2013.
A simplicidade há muito que é uma estética da moda. Em França, em particular, a simplicidade de um vestido tem uma paradoxalmente longa e extravagante história. Nos anos de 1770, Marie Antoinette rebelou-se contra a formalidade restritiva de Versailles e preferiu as camisas brancas, sem estrutura, que as mulheres coloniais das Caraíbas usavam. Juntamente com chapéus e aventais, este visual era adequado às vontades “rústicas” da rainha: ordenhar vacas e tratar das ovelhas (cujo pelo era perfumado e tingido em cor-de-rosa). Mas representaram uma partida chocante do tradicional vestido “à la française”, cujas saias volumosas, caudas longas, mangas com laços e superfícies em seda cheias de brocados, laços e joias eram símbolo da distinção de quem as usava. Ao menosprezar estes elementos, Marie Antoinette acabou por minar toda a hierarquia social do antigo regime. 
Mas não foi só a forma casual, falso campestre, do vestuário da rainha que atraiu críticas. O seu elevado custo também levantou controvérsia: apesar da musselina e do linho não serem tão luxuosos como as sedas lionesas usadas na corte, que por serem produzidos no estrangeiro eram muito caros. Ainda pior, as importações procediam de dois inimigos de longa data de França: a Inglaterra e a Áustria. O desejo rústico da rainha foi visto não só como extravagante mas também como anti-francês: graves ofensas numa altura em que muitos dos seus súbditos eram muito pobres e em que o futuro do reino, mergulhado em dívidas, parecia nubloso. A rainha recebeu, por isso, uma alcunha que haveria de a perseguir até à guilhotina: Madame Déficit.
Um escândalo semelhante emergiu em 1884, quando uma das nobres mais ricas de Paris, a Princesa de Sagan, organizou um “baile dos camponeses” no seu palácio em Saint-Germain. Os extravagantes 1.500 convidados foram arrastados não dos campos mas da aristocracia, cujos membros acharam divertido mascararem-se como os seus supostos inferiores, embora em variações caras e pitorescas do tema.
Edouard Drumont, um comentador de direita, ficou horrorizado e avisou que ao vestir de bom grado os trapos das ordens inferiores, os convidados de Sagan se tinham desonrado, condenando a França à anarquia. Com efeito, alguns anos depois, anarquistas bombardearam o palácio de Sagan. Aparentemente, as imitações dos camponeses ofenderam tanto os revolucionários como os reacionários.
Desde então, apropriações marcantes da pobreza incluíram o luxe-pauvre (como Paul Poiret batizou as criações do dia a dia em jersey e tweed) de Coco Chanel e as camisas de camponês de Yves Saint-Laurent – experiências levadas ainda mais longe em 2000 pela infame coleção Homeless de John Galliano para a Dior, com conjuntos aparentemente costurados com pedaços de jornal em seda e cintos e pulseiras improvisadas a partir de lixo de luxo e garrafas de bebidas vazias.
Na altura, a coleção de Galliano, satirizado como Dérélicte na comédia “Zoolander” (2001), foi atacada pela sua insensibilidade. Mas isso não diminuiu o burburinho de antecipação em relação às roupas elegantemente gastas que podem ser vistas no filme “Os Miseráveis”.
No romance de Victor Hugo, a empregada fabril Fantine empreende uma batalha corajosa mas sem esperança contra a brutal injustiça e exploração. Para alimentar a filha, é forçada a vender o cabelo, o seu medalhão de ouro (o único tesouro) e os dois dentes da frente. Contudo, tal como representada por Anne Hathaway e vestida por Paco Delgado, Fantine parece incrivelmente chique. Enquanto trabalha na fábrica, usa uma elegante bata em azul royal com uma touca estruturada a combinar que lembra o véu nupcial minimalista de Balenciaga nos anos 60, recentemente retomado por Nicolas Ghesquière no desfile para a primavera-verão 2012. As roupas de Fantine quando não está a trabalhar incluem um encantador vestido simples em rosa pálido. Mesmo quando bate no fundo, quando perde a sua joia e o seu cabelo, ela mostra um certo glamour. O corte de cabelo acentua a sua estrutura óssea. A gola do seu vestido sóbrio lisonjeia o seu longo pescoço sem adornos.
Mas Fantine não tem o monopólio do estilo. Éponine (Samantha Barks), na sua némesis de rica a pobre, calcorreia as ruas sujas de Paris com uma camisa puída verde-azeitona que representa uma versão distinta da alta moda da “blusa de camponesa”, coordenada com uma saia ao estilo de YSL do mesmo género, e cingida na cintura com um cinto de couro largo desbotado.
Em contraste, a Madame Thénardier de Helena Bonham Carter parece quase opulenta, tendo em conta os intricados bordados no seu casaco vermelho-sangue. O casaco, contudo, não tem uma das mangas: um toque punk, ao estilo de Vivienne Westwood, que funciona bem com o padrão da sua saia, já para não falar das luvas sem dedos em castanho-lama, o cabelo de Medusa, as meias largas e as botas em couro gasto. O conjunto quase pede um regresso do grunge às passerelles – um desenvolvimento já visto na coleção para a primavera-verão 2012 de Dries Van Noten.
Estes voos no luxe-pauvre deverão levar os designers a preencherem os seus quadros de inspiração e os consumidores atentos às tendências das lojas. Uma perspetiva um tanto ao quanto inquietante, tendo em conta a assertiva condenação das diferenças sociais e económicas que tornaram o romance de Victor Hugo num trágico clássico. Embora na sua música “I Dreamed a Dream” (Sonhei um sonho) Fantine cante um mundo melhor, mais equilibrado, as possibilidades são que os fãs da moda vejam a sua performance e se embrenhem num mundo diferente, onde o empobrecimento e as privações ganham a marca de chique consumado.
Fonte: Financial Times

19 de jan. de 2013

LENÇOS - O ACESSÓRIO QUE FAZ A DIFERENÇA!

Acho um charme quem sabe usar um lenço bonito. Eu particularmente tenho poucos... Mas tem muita gente pelas ruas que sabe usar a criatividade e fazer do lenço um acessório poderoso.
São tantas formas de usar, e com tantas combinações de cores que os lenços acabaram por se tornar verdadeiras obras de arte, dando um toque moderno, sofisticado ou divertido a roupa que usamos.




Na moda todo acessório tem sua história. E como o lenço não poderia ser diferente. Dizem que a primeira mulher a usar um lenço foi Nefertiti no ano 1350 a.C. Na China , em 230 a.C os lenços eram usados como identificação dos funcionários ou guerreiros chineses.
O lenço feito de linho foi usado em Roma para aquecer os pescoços, agora transformado em cachecol e também para enxugar a face do suor em tempos quentes.
Em 1231 d.C o lenço foi usado como saia , amarrado com um cinto pelos egípcios, para a dança das mulheres , chamada de dança do ventre.
Em 1837 a rainha Vitória começou a usar lenços, na mesma época em que a Hèrmes foi criada.
Em 1930 os franceses se apaixonaram por este acessório, lhe trazendo muito mais utilidade do que no uso ao pescoço, transformando esta peça em algo necessário ao guardarroupa das mulheres. E a francesa Hèrmes  visualizando o futuro da peça se antecipou ao mercado, criando estampas tão diferenciadas que tornaram o lenço um objeto de luxo desejado.



Curiosidades:

No Brasil o lenço entrou no país pela futura rainha Carlota Joaquina quando a família real portuguesa fugia para o Brasil. O barco sofreu um ataque de piolhos, o que obrigou a rainha a raspar os cabelos. Carlota Joaquina passou a usar os lenços na cabeça , na época era estranho uma princesa careca, e logo os súditos passaram a imitá-la.

Em Portugal, no século XVII e XVIII , as mulheres bordam lenços e davam a seus amados. A decisão do uso ou não do lenço implicava na aceitação da relação amorosa.

Eu, particularmente possuo um lenço de póa, que não abro mão de jeito nenhum! Ele é lindo, retrô, de seda... maravilhoso. Combina com qualquer tipo de roupa que uso . Adoro!



Um beijo maravilhoso em vocês! Cheio de lenços coloridos para alegrar a vida!

Kris Melo

13 de jan. de 2013

“MANEQUIM - LE CORPS DE LA MODE”



“MANEQUIM - LE CORPS DE LA MODE”


Em francês, a palavra manequim é usada para descrever modelos de carne e osso, enquanto em inglês significa os manequins artificiais utilizados para expor peças de roupa. Raramente os dois existem lado a lado, mas vão coexistir na exposição “Manequim - Le corps de la mode”, que estará patente de 16 de fevereiro a 19 de maio no espaço Les Docks do Musée Galliera, em Paris.

No século XIX, os manequins eram somente artificiais, objetos inanimados usados para vender roupa. Com o advento da Alta Costura, senhoras da alta sociedade e atrizes tornaram-se ícones da moda. Mais tarde, modelos profissionais, reconhecidas por fotógrafos e designers, tornaram-se musas e estrelas.

A exposição “Manequim - Le corps de la mode” tem como objetivo mostrar a evolução do papel do modelo. Com 120 fotografias assinadas por nomes como Horst P. Horst, Juergen Teller, Corinne Day, Nick Knight, Helmut Newton, Guy Bourdin, entre outros, é possível ter uma noção de como os fotógrafos viam as modelos e de como os criadores de moda gostariam que suas criações fossem vistas.

Nesta exposição o que é exaltado não são as marcas de luxo ou os grandes fotógrafos mas sim as modelos e as próprias criações de moda. A mudança dos padrões de beleza, assim como a aceitação da nudez pela supervalorização de corpos perfeitos são visto numa série de imagens e vídeos, que explicam a evolução do papel do modelo no universo da moda.

FOTO: © Guy Bourdin, 1978

7 de jan. de 2013

“SERGIO ROSSI MEETS MEMPHIS”

Sergio Rossi presta homenagem ao movimento artístico Memphis Milano com a apresentação da instalação “Sergio Rossi meets Memphis”, naconcept store 10 Corso Como, em Milão. A conhecida marca italiana de calçado junta sapatos da sua coleção de verão, que foi inspirada no célebre movimento artístico e cultural da década de 1980, com algumas peças icónicas provenientes da galeria de arte Memphis, em Milão.

"As técnicas usadas pelos Memphis, incluindo a combinação de gráficos, cores fortes e materiais inusitados criando inovadores padrões gráficos, permitiram-me exaltar o aspeto artesanal dos sapatos Sergio Rossi, tornando-os verdadeiros objetos de design", explicou o diretor criativo da marca, Francesco Russo. Alguns dos modelos de sapatos que integram a instalação estão à venda exclusivamente na 10 Corso Como, até ao próximo dia 24 de dezembro.


FOTOGRAFIAS: Getty Images para Sergio Rossi





LOUIS VUITTON: PAPER DOLLSA casa francesa Louis Vuitton convidou a ilustradora de moda Kerrie Hess para criar uma nova forma de interagir com a sua coleção verão 2013. O resultado desta parceria pretende ser um curioso exercício de styling e "transporta" a maioria das mulheres para a sua infância. Trata-se de uma coleção de 4 bonecas de papel, que podem ser vestidas com as melhores criações da marca para o próximo verão e com peças icónicas Gucci de estações anteriores. Para criar os seus próprios looks Louis Vuitton, basta clicar AQUI, imprimir, recortar as bonecas com cuidado e vesti-las com as suas peças favoritas. Divirta-se! PUBLICADA POR ASSOCIAÇÃO MODALISBOA



A casa francesa Louis Vuitton convidou a ilustradora de moda Kerrie Hess para criar uma nova forma de interagir com a sua coleção verão 2013. O resultado desta parceria pretende ser um curioso exercício de styling e "transporta" a maioria das mulheres para a sua infância. Trata-se de uma coleção de 4 bonecas de papel, que podem ser vestidas com as melhores criações da marca para o próximo verão e com peças icónicas Gucci de estações anteriores.

Para criar os seus próprios looks Louis Vuitton, basta clicar AQUI, imprimir, recortar as bonecas com cuidado e vesti-las com as suas peças favoritas. Divirta-se!





UM NOVO LOOK PARA GUCCI


Neste início de ano, a Gucci surpreende-nos com um novo look. Durante o primeiro trimestre de 2013, a casa italiana vai decorar as montras das suas lojas em todo o mundo com imagens Manga surpreendentes que fazem parte de uma história exclusiva inspirada na sua coleção Cruise 2013.

Fruto de uma colaboração da marca italiana com o artista japonês Hirohiko Araki, "Jolyne, Fly High with Gucci" conta a história de uma jovem estudante, Jolyne Cujoh, que herda a coleção Gucci da sua mãe. Nas imagens Manga criadas por Araki, vemos Jolyne "embarcar numa viagem" através do passado e do presente da Gucci, com referências ao clássico padrão Flora pelo qual a casa é famosa.

Uma campanha multimédia estará também em exibição nas cerca de 70 lojas Gucci em todo o mundo, bem como na internet. A história "Jolyne, Fly High with Gucci" completa será publicada na página de Facebook da marca e na revista japonesa Spur.

Fique atento(a)!


5 de jan. de 2013

COLARES







Colares

Colar é mesmo coisa antiga , data de pelo menos 75 mil anos. Nesse emaranhado de contas, as gargantilhas  já eram famosas no Egito dos faraós, porém se popularizaram de vez a partir do século 14, quando nobres inglesas e francesas  passaram a usar fitas ao redor do pescoço. Joalheiros se inspiraram e começaram a criar diversos mimos para destacar ombros e pescoços que fizeram sucesso nas cortes. No auge da década de 20 e da moda flapper, as gargantilhas voltaram a brilhar ao lado de canutilhos coloridos. Nos anos 90, novamente graças à realeza, dessa vez liderados por Lady Di, os adornos feitos com pérolas tornaram-se uma febre.

por: Ana Pinho

PÉROLAS



Pérolas são joias mais clássicas  da história. Há cerca de quatro mil anos elas são colecionadas e desde então se tornaram símbolos de riqueza e glamour.  Na China as esferas eram oferecidas aos nobres , enquanto na Grécia eram utilizadas  exclusivamente em casamentos. Já no Egito caíram nas graças da poderosa Cleópatra.
As pérolas se formam dentro das ostras, quando uma partícula externa invade o organismo do molusco e causa uma espécie de inflamação. Como defesa, ele produz uma crosta chamada de nácar, que envolve o intruso e faz surgir a cobiçada gema, que pode cintilar no off-white, perolado ou no raro negro. Parece simples, mas a má notícia dá conta de que apenas 2% desses ataques  resultam em pedras  redondinhas e belas, o que as torna tão valiosas do lado de cá do reino das águas.
Graças a Chanel , elas foram alçadas ao posto de itens de primeira necessidade.

Stephanie Noelle