28 de nov. de 2012

SASKIA DE BRAUW: NOVO ROSTO DA COLEÇÃO MASCULINA DE YVES SAINT LAURENT


A modelo Saskia de Brauw é o rosto da nova campanha da coleção masculina da Yves Saint Laurent para a primavera/verão 2013. Numa série de fotografias a preto e branco, a modelo holandesa de 31 anos parece um rapaz adolescente, com o seu cabelo curto e maquilhagem natural. Quase irreconhecível, Saskia de Brauw veste peças de silhueta slim e estilo roqueiro.

Conhecido pela sua estética andrógina, Hedi Slimane, diretor criativo da marca, continua, assim, a impor a sua visão particular da moda, que concilia na perfeição com a perceção de Yves Saint Laurent.

Quando trabalhou na Dior Homme, Hedi Slimane apostou em silhuetas super skinny e cortes de alfaiataria, fazendo com que grande parte das suas criações para homem tenham sido compradas e usadas por mulheres. Assim, não é de surpreender que a sua coleção masculina para Yves Saint Laurent siga o mesmo conceito. A própria campanha afirma que todas as roupas apresentadas estão disponíveis para ambos os sexos.






LOUIS VUITTON APRESENTA O SEU PRIMEIRO ANÚNCIO DE TV


Paris e os seus mistérios ... O primeiro anúncio de TV da Louis Vuitton, dirigido por Inez e Vinoodh, tem como cenário o Museu do Louvre. Uma mulher destemida, interpretada pela modelo Arizona Muse, entra neste templo universal e depois de um encontro com a Mona Lisa e outras grandes obras dos mestres italianos, corre para um lendário baú Louis Vuitton. Com a ajuda de uma chave mestra que tem em torno do seu pescoço liberta os segredos - também pretendidos pelo homem vestido de negro que a persegue - fechados há mais de 150 anos. Pega num envelope e num saco Speedy, corre para o exterior, em direção a um balão de ar quente que se eleva acima do Cour Carrée, e deixa o Louvre para um destino distante.

27 de nov. de 2012

Limousin: a tradição do luxo

A região francesa que alberga a cidade de Limoges produz mais do que porcelanas – é também um centro de produção de moda de luxo, do vestuário ao calçado, que serve algumas das mais conceituadas casas como Givenchy, Chanel ou Dior e prepara-se para disseminar esse know-how internacionalmente.
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Limousin: a tradição do luxo
A região francesa de Limousin é mais conhecida pelas suas vacas bem nutridas, queijos fortes e porcelana fina. Mas é também casa de uma rede de artesãos de luxo, que produz desde vestuário a calçado e que quere agora exportar os seus artigos.
Apesar de uma experiência já com 30 anos, Bernard ainda demora três horas para acabar de coser uma costura, com as suas mãos a trabalharem na pele grossa com uma agulha e fio de sapateiro. Os sapatos que manufatura irão ser vendidos a 1.400 euros o par, um salário mensal para alguém que se está a iniciar no negócio de sapateiro. O seu empregador é o produtor francês de calçado de luxo J. M. Weston, que produz 80% do calçado em Limoges.
Bernard é uma das cerca de 860 pessoas empregadas pelo sector de artesanato de luxo em Limousin, que juntas produzem um volume de negócios anual de 97 milhões de euros.
Fundada em 1891, a J.M. Weston opera duas empresas de curtumes, com o objetivo de alimentar o know-how existente na casa, produzindo até a sua própria graxa.
A produtora de luvas Agnelle, com sede na cidade de Saint-Junien, em Limousin, é gerida por Sophie Gregoire, bisneta da fundadora da casa, e parte de uma família com tradição na produção de luvas que remonta ao século XI. Também esta empresa mantém toda a cadeia de produção dentro de portas.
A mãe de Sophie, Josie Leroyer, colocou a empresa no atual caminho em finais dos anos 60, quando convenceu a casa de moda francesa Dior a confiar-lhe a produção das suas luvas. A filha completou o trabalho, comprando de volta a empresa de família e «reintroduzindo os básicos da profissão: excelência, conhecimento e competências dentro da casa», explicou a chefe do atelier, Joelle Talbot. «Ela percebeu que um know-how único estava prestes a ser perdido», sublinhou.
Hoje, os clientes da empresa incluem a Givenchy, Marc Jacobs e Ralph Lauren. As suas 20 costureiras produzem cerca de 120 mil pares de luvas por ano, com completo domínio dos 30 passos do processo de produção.
Também com sede em Limoges, a produtora de vestidos C 2000 é uma das poucas empresas francesas especializadas numa técnica de confeção de alta-costura para peças fluídas, chamada “flou”, fornecendo a Chanel, Lanvin e Dior.
O seu diretor-geral, Bernard Blaizeau, está bem consciente da necessidade de alimentar o conhecimento das suas 32 costureiras, cujos salários representam a grande parte dos custos de produção, 70% do volume de negócios.
Assegurar que os seus conhecimentos são transmitidos à próxima geração é uma das principais preocupações. «Sistematicamente substituímos pessoas que se reformam e cada nova recruta é ensinada pela pessoa a quem vai suceder durante dois ou três anos antes da passagem de testemunho», revelou Blaizeau. «Cada novo elemento tem uma madrinha, que lhe ensina os princípios da alta-costura. É um grande investimento», acrescentou.
Juntamente com a área de Paris e a região de Rhônes-Apes, perto de Lyon, Limousin é uma das três regiões francesas com número mais elevado de empresas de base artesanal, aquilo que França descreve como empresas de «herança viva».
Para destacar o seu património, as autoridades regionais estão atualmente a criar um rótulo de luxo de Limousin, denominado “Dare to be diferent”, com o objetivo de enaltecer os seus artesãos e promover as suas capacidades.
«Precisamos de exportar para mercados emergentes com um forte potencial e capacidade financeira», argumentou o responsável do Conselho Regional de Limousin, Jean-Pierre Denanot. «Internacionalizar é crucial para mantermos as nossas artes vivas», concorda Blaizeau, que espera que as empresas locais possam aprender com o exemplo da J.M. Weston, que se expandiu para o estrangeiro com sucesso.
A câmara de comércio local já criou uma associação, a “Luxury and excellence in Limousin”, que reúne 13 empresas no topo do mercado. Alguns já entraram com sucesso na Rússia, China ou Arábia Saudita, indicou o responsável da câmara.

Fonte: AFP

22 de nov. de 2012

ASVOFF - A SHADED VIEW ON FASHION FILM


Diane Pernet foi uma das fotógrafas com maior destaque em Nova Iorque durante a década de 1980, desenhou figurinos para cinema e trabalhou como editora de moda para a revista Joyce e para a Elle.com e a Vogue.fr. Atualmente, é curadora de exposições de arte, moda e cinema em todo o mundo, editora do blogue http://www.ashadedviewonfashion.com/ e diretora do festival A Shaded View on Fashion Film (ASVOFF), o festival de cinema e moda, que se realiza anualmente em cidades como Paris, Milão, Tóquio e México. Após cinco edições, o ASVOFF assume-se já como um importante evento no calendário de moda internacional, com a apresentação de filmes de Sofia Coppola e Jim Jarmusch e de grandes marcas e designers de moda como Alexander McQueen, Louis Vuitton ou Nicoll Richard.

A quinta edição do ASVOFF teve lugar no Centro Pompidou, em Paris, nos passados dias 9, 10 e 11 de novembro, e incluiu filmes de moda de culto e vintage, documentários e uma seleção de obras cinematográficas de longa duração. Uma série de curtas metragens competiram por cobiçados prémios como o Emerging Talent Prize, Best Art Direction ou Best Styling. Aqui apresentamos “Hors d'oeuvre”, de Monica Menez, distinguido com o prémio deBest Art Direction.

IRMÃOS CAMPANA REINTERPRETAM O ICÓNICO POLO LACOSTE


Depois do sucesso das suas anteriores colaborações com artistas e designers de várias áreas, como Tom Dixon, Michael Young, Li Xiaofeng ou Jonathan Adler, a Lacoste volta a surpreender com mais uma inovadora edição (a sétima) da série Holiday Collector’s. Este ano, a famosa marca do crocodilo desafiou os irmãos Campana a reinterpretar o seu icónico polo L.12.12. Esta é a segunda vez que a marca colabora com o duo de designers brasileiro, e os novos polos já estão disponíveis em todas as lojas Lacoste em Portugal.

Localizado em S. Paulo, o Estúdio Campana é um núcleo de investigação de novos conceitos e aplicações para materiais inusitados e aparentemente em confronto. Em 2003, enquanto exploravam novas soluções de revestimento de peças, Fernando e Humberto Campana criaram uma técnica que implicava enrolar simultaneamente vários materiais distintos. A partir de tecidos, tapetes, feltros, redes de borracha, elementos planos e tridimensionais, formaram remoinhos coloridos que aplicaram a uma vasta gama de peças limitadas e numeradas. Batizada com a alcunha “Sushi”, pela associação imediata entre o enrolar dos materiais e os ingredientes de um rolo de sushi japonês, esta técnica rapidamente se declinou numa série que englobou cadeiras, sofás, mesas, puffs e outros objetos. A combinação de cores e texturas das peças “Sushi” tornaram-se desde então um dos principais emblemas Campanas.

A transposição destes remoinhos para a Lacoste Holiday’s Collector’s Series #7 foi um passo natural. A composição dos emblemas do crocodilo numa espiral torna-se numa divertida interpretação da “Sushi”: a edição especial feminina apresenta duas espirais de crocodilos coloridos no lado esquerdo, enquanto a edição masculina tem uma espiral de crocodilos pretos ou brancos de maior dimensão.


AS MEMÓRIAS DE GRACE CODDINGTON


O tão aguardado livro de Grace Coddington, “Grace: A Memoir”, publicado pela Random House, está à venda a partir de hoje e revela os momentos mais marcantes da vida e da carreira da conceituada diretora criativa da Vogue US.

Entre memórias escritas e registos fotográficos, o livro inclui também cartoons e ilustrações que Grace Coddington costuma fazer durante os desfiles das semanas de moda. Ao invés de anotações e descrições, muito do que a editora assiste é transmitido em ilustrações bem humoradas. E ela não se dedica apenas às modelos e às criações dos designers. A primeira fila dos desfiles já serviu de tema para os seus desenhos.

“Grace: A Memoir” revela ainda histórias da vida de Coddington como o icónico fotógrafo por quem se apaixonou, quem interrompeu o seu beijo secreto com Mick Jagger, e o que ela pensou quando conheceu Karl Lagerfeld e o seu namorado da altura.



Couro domina moda

Para o inverno ou para o verão, com temperaturas mais altas ou mais baixas, o couro regressou em força às grandes marcas e criadores de moda, incluindo o português Felipe Oliveira Baptista, e ao guarda-roupa de homens e mulheres, numa variedade que promete agradar a todos.

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Couro domina moda
 O couro está, de repente, omnipresente, não apenas na passerelle mas também em figuras públicas, da música à política. O músico, e designer de moda Kanye West tem usado e abusado do couro nos últimos tempos: não apenas casacos, mas calças, camisas e até uma t-shirt em couro. Muitas vezes tudo ao mesmo tempo.
Mas West não é a única figura pública subjugado pelo couro. Uma das peças preferidas do presidente russo Vladimir Putin para os seus, raros certamente, tempos livres é um blusão em couro, muito masculino. Até Barack Obama usa um vistoso blusão em couro enquanto entra e sai do Air Force One. Já Peter Marino, arquiteto e designer de loja da Louis Vuitton, há décadas que fez do facto de se vestir da cabeça aos pés em couro uma virtude.
Embora as escolhas de guarda-roupa dos famosos nem sempre tenham ganho a aprovação dos críticos de moda, esta estação mostraram estar à frente das tendências. O couro marcou presença nas propostas para a próxima primavera-verão nos desfiles da Bottega Veneta, Jil Sander, Hermès, Lanvin, Yves Saint Laurent e Felipe Oliveira Baptista, que aplicou esta material contracolado em jersey para criar os seus looks minimalistas.
Adam Kelly, diretor de compras de vestuário de homem na Selfridges, afirma que não é apenas para a passerelle. «É sempre fantástico quando uma tendência relativamente direcional, vista em muitos desfiles, pode ser facilmente traduzida em algo bastante comercial», afirma. «O couro é uma dessas tendências nesta estação e comprámos muito couro», acrescenta. Mas, refere ainda Kelly, «tudo está na moderação. Adornos em couro são uma forma perfeita de introduzir a tendência no guarda-roupa. E para homens mais velhos, é importante juntar o couro com formas elegantes para evitar parecer que está a tentar demais».
Stacey Smith, compradora de vestuário de homem na Matches, considera que «o couro é um material que forma a espinha dorsal do guarda-roupa de muitos homens. Houve certamente um influxo de couro em preto nesta estação, sobretudo na YSL, onde pareceu masculino e completamente moderno».
Mas isso não significa necessariamente um casaco em couro. A Rick Owens, por exemplo, oferece uma camisola com capuz e fecho por cerca de 1.500 euros e a YSL tem smokings em couro a preços que rondam os 2.500 euros. Caros, sim, mas o couro pode e deve ser visto como um investimento. «A compra de uma peça de couro é algo que não tem estação, pode comprá-la e vesti-la o ano inteiro – temos a sorte de termos cá bons verões mas em Paris, por exemplo, este ano não houve verão. É um material mais ligado ao inverno, mas acho que também tem o seu lugar no verão», assegura o criador português Felipe Oliveira Baptista.
Uma opinião também partilhada por Jeremy Langmead, diretor do retalhista on-line Mr Porter. «Os casacos em couro funcionam bem para todas as estações – são um ótimo investimento e nunca saem de moda. Atualmente o casaco em couro é popular em todas as suas versões: quer num casaco clássico em couro da Belstaff ou um com capuz da Dolce & Gabbana».
Stacey Smith ressalva que «o casaco em couro certo pode ter uma longevidade real. Estilos sem grandes adornos são a aposta mais segura, por isso fique longe de fechos e tachas, que rapidamente podem ficar ultrapassados».
E calças em couro? O diretor criativo da Topman, Gordon Richardson, diz que «nunca comprei umas calças em couro porque instintivamente sempre achei que não as podia usar» (apesar da Topman oferecer um estilo de calças em couro). «São apenas para quem é muito confiante», sublinha.
Quando Ann Romney (esposa do candidato republicano Mitt Romney, derrotado nas últimas eleições presidenciais dos EUA) foi ao Tonight Show num fato de saia e casaco em couro cortado a laser, causou furor. «Excitante e inacreditável», escreveu a revista New York. «O look mais ousado que vimos nela», acrescentou o Huffington Post. Goste-se ou não – e o júri ficou dividido – a escolha da “candidata” a Primeira-Dama dos EUA revela o caminho que o couro percorreu. «Era altura de trazer o couro para o mainstream», diz o designer britânico Osman Yousefzada, cuja coleção inclui vestidos, assim como saias e casacos misturados com brocados.
Hoje, as gamas em couro variam do vestido em lã crepe com painéis em couro da Yves Saint Laurent à gabardina em couro de Tom Ford, passando pelo blusão tipo motoqueiro da Burberry Brit às calças skinny em vermelho da Balmain e às leggings da J Brand, entre muitas outras propostas.
Johan Lindeberg, da BLK DNM, conhecida pelos seus blusões motoqueiro e leggings em couro, afirma que «a proliferação do couro reflete uma mudança de papéis. As mulheres são mais independentes, confiantes e fortes, por isso estão a vestir-se de uma maneira mais forte, em couro. Não há nada mais atraente numa mulher do que um casaco em couro, mesmo na passadeira vermelha». Uma ideia seguida pela atriz Kristen Stewart, que surgiu na gala do MET em maio num vestido sem alças Balenciaga com painéis em couro multicolorido, ou Donatella Versace com os seus vestidos com corpete sem alças em couro .
A executiva de relações públicas Ashleigh Heasp resume o apelo da pele: «sempre que uso couro sinto-me bem e poderosa – mais do que em qualquer outro material».

Fonte: Portugal Têxt

14 de nov. de 2012

Moda concentra-se em Madrid


A capital espanhola acolhe a partir de amanhã a Global Fashion 2012, que durante três dias reúne universidades e empresas para debater as opções de futuro da moda. Portugal estará em destaque, com várias intervenções de reputados especialistas nacionais sobre moda, sustentabilidade e comércio.  

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Moda concentra-se em Madrid
A partir de amanhã, e até 17 de novembro, “moda” será uma palavra obrigatória para os madrilenos, com a capital espanhola a acolher a terceira Global Fashion, desta vez subordinada ao tema “Opções Futuras para o Mundo da Moda”.
Depois do sucesso da última edição – realizada no Porto em 2010 – a conferência bianual, que decorrerá na Universidade Complutense, contará com a intervenção de reputados nomes internacionais sobre várias áreas da indústria da moda e sua influência na sociedade. «A ideia em foco, nesta edição, lançada no "Call for papers", é a do espaço como local de encontro, aplicada naturalmente aos "locais" da moda. Por isso, temos muitas comunicações sobre cidades, arquitetura, bairros de moda, lojas e o próprio corpo», explica Isabel Cantista, docente universitária e managing partner da FFI – Fast Forward Innovation, que integra o comité da organização.
O objetivo, revela, é «fortalecer o networking entre académicos e indústria, assumindo-se como um pequeno subsistema de inovação nesta fileira. Deste diálogo, todos os intervenientes têm muito a ganhar», assegura Isabel Cantista.
Entre os destaques estará a presença, pela primeira vez, de académicos de países árabes, nomeadamente da Arábia Saudita e do Egito, para além de diversos europeus, norte e sul-americanos.
Portugal vai estar bem representado, com as apresentações de Paula da Costa Soares (Universidade Lusíada do Porto) sobre “A Moda Contemporânea Portuguesa”, de João Morais (Universidade do Minho) sobre “A Sustentabilidade como um Novo Paradigma para as Marcas de Moda”, de Paulo Martins (Universidade da Beira Interior) sobre “O Comércio Eletrónico como uma Possibilidade de Expandir o Negócio para as Micro-Empresas”, de Madalena Pereira (Universidade da Beira Interior) sobre “Evolução no Desenvolvimento de Acessórios de Moda: O Papel do Tecido”, de Rui Miguel (Universidade da Beira Interior) sobre “O Acessório e a Cor e a sua Importância para a Expansão do Negócio” e de Rogério Sousa (Universidade do Porto) sobre “Transfigurar o Corpo: Os Vestidos de Penas na Iconografia Egípcia”.
«Destacaria sobretudo a dinâmica que a Conferência tem vindo a ganhar», refere Isabel Cantista. «O facto de haver participantes que, em cada ano, se entusiasmam e mobilizam para conseguir o apoio das respetivas universidades, demonstra a relevância que esta conferência começa a ter no mundo da moda. A primeira edição foi em 2008, por isso, podemos considerar este projeto muito recente», acrescenta.
Este entusiasmo é patente também na própria organização, que está já a pensar na próxima edição. «No final da Conferência de 2012 será já lançado o desafio aos participantes para refletirem sobre o tema do próximo: a relação entre criatividade e tecnologia, e será feito o convite para virem até à Universidade de Ghent, na Bélgica, em 2014», conclui Isabel Cantista.
 
Fonte: Portugal Têxtil

13 de nov. de 2012

007, licença para vestir


Desde que Sean Connery encarnou o espião britânico no primeiro filme da saga 007, há 50 anos atrás, que os homens sonham reunir as qualidades de James Bond. Agora têm pelo menos a possibilidade de se vestir como um, com alfaiates de Savile Row a venderem réplicas dos fatos usados por Connery. 
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007, licença para vestir
Os amantes dos filmes de James Bond já se podem vestir como o seu herói, com os alfaiates britânicos a fazerem versões semelhantes dos fatos do agente secreto mais famoso do mundo.
Quando Sean Connery surgiu no ecrã no filme Dr. No há 50 anos, ele não encarnou apenas um superespião com uma panóplia de novos gadgets e frases que ficariam para sempre na memória coletiva. Apresentou também o homem mais bem-vestido do mundo – um homem que despe casualmente um fato de mergulhador para revelar um smoking irrepreensível e que consegue manter o seu fato impecavelmente apertado durante uma cena de perseguição repleta de adrenalina.
Dylan Jones, editor da versão britânica da revista GQ, considera que «Bond é um verdadeiro ícone de estilo britânico, representa tudo o que um homem aspira a ser: com um emprego bem pago, bem falante, bem vestido, culto, duro, bem parecido, um génio com as mulheres e com uma arma debaixo da cama». 
A influência de estilo de Bond não dá qualquer sinal de abrandar, com websites como o americanowww.jamesbondwatches.com, o holandês www.jamesbondlifestyle.com e o também americano thesuitsofjamesbond.com a revelarem a obsessão dos fãs de Bond. E agora, esses mesmos fãs podem fazer mais do que beber Martinis como o seu herói – também podem vestir-se como ele.
O empresário David Mason, que comprou os direitos do nome e o arquivo de Anthony Sinclair, o alfaiate britânico que vestiu pela primeira vez Sean Connery, está a oferecer versões semelhantes ao fato original de Bond.
Mason e Richard Paine, um aprendiz de Sinclair que conduz o negócio desde que Sinclair se reformou em 1982, estão a vender réplicas de um fato de noite do filme Dr. No, que apresenta um casaco com gola e punhos em cetim de seda, e o fato de três peças em xadrez suave usado em “007 – Contra Goldfinger” (1964). Ambos os fatos estão disponíveis para encomenda numa versão adaptada, a partir de 3.500 libras (4.364 euros), e feito à medida a partir de 1.950 libras, nos alfaiates de Savile Row Meyer & Mortimer.
As réplicas dos dois fatos foram reveladas na exposição Designing 007 no Barbican Centre, em Londres, que decorreu até setembro e que está atualmente em Toronto, no Canadá, naquele que marca o início de uma tournée mundial de três anos. Num primeiro quadro, um modelo de Connery como 007 encosta-se no Aston Martin DB5 de Bond em “007 – Contra Goldfinger”, usando o fato de três peças em que ele cortejou Pussy Galore. Também incluído está o fato de noite em azul meia-noite que Connery usou em Dr. No, no casino Le Cercle em Londres enquanto flirtava com Sylvia Trench, a primeira “Bond girl”.
Para recriar os designs, Mason pediu emprestado um dos poucos fatos originais de Bond ainda existentes ao colecionador de peças de filmes e programas de televisão David Abberley, um diretor de projeto do Lloyds TSB em Londres. Ele comprou o fato, feito por Sinclair para Connery usar em “007 – Só se vive duas vezes” (1967), ao filho de um técnico que trabalhou nos primeiros filmes.
Abberley não pretende usar o seu fato original. «Isso seria sacrilégio», afirma. «Tenho um manequim especial feito no tamanho certo e está em exposição numa caixa em vidro em minha casa», refere. Tonny Gibbon, sócio da empresa imobiliária GM Real State, encomendou o fato de “007 – Contra Goldfinger” e planeia comprar o fato de noite também e adaptá-lo para o usar no trabalho. «Cresci com Bond e continuo apaixonado por ele. De todos, o Connery é o homem», afirma.
Já o novo James Bond (Daniel Craig) cuja mais recente aventura – Skyfall – está atualmente no cinema, tem também um nome de peso, embora americano, na etiqueta dos seus elegantes fatos: Tom Ford. «Fiquei muito entusiasmado quando fui pela primeira vez abordado por Barbara Broccoli [produtora do filme] para vestir Daniel Craig como James Bond», revelou Ford à Vogue britânica. «Trabalhei com Jany Temime [a designer de guarda-roupa de Skyfall] para criar um guarda-roupa clássico perfeito. Visto o Daniel há algum tempo e sei que ele fica melhor quando vestido de uma forma simples, por isso fizemos alguns fatos, smokings e vestuário de dia maravilhosos», explicou.
O melhor é que os fãs desde novo agente secreto 007 podem mesmo ter um guarda-roupa muito semelhante, já que «na verdade não modificamos os nossos fatos, porque James Bond é um pouco parecido com o nosso homem – clássico e extremamente elegante», concluiu Tom Ford.
Fonte: Portugal Têxtil

7 de nov. de 2012

Brasil quer conquistar mundo


Com uma economia pujante e uma forte indústria de moda, o Brasil quer dar o próximo passo e deixar de produzir apenas para os brasileiros. O segredo para tal, acreditam muitos especialistas, será reduzir custos, melhorar as infraestruturas e trabalhar na criatividade e originalidade das criações.
 
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Brasil quer conquistar mundo

A Semana de Moda de São Paulo, que decorreu no final do mês passado, trouxe um novo ímpeto à moda brasileira, dando ao Brasil a hipótese de celebrar o seu estatuto como o quinto maior produtor de têxteis e o quarto maior produtor de vestuário.
Mas o Brasil também quer ser um grande ator no placo da moda mundial, um avanço que tem escapado até agora. A Semana de Moda de São Paulo, o principal evento na América Latina, decorreu de 29 a 31 de outubro num novo local – o Villa Lobos Park – para apresentar os designs alegres e coloridos para a coleção inverno 2013.
«A moda brasileira continua a mostrar uma forma mais leve e fresca de ver as coisas e isso tem algo a ver com o nosso ADN», considera Paulo Borges, diretor criativo da Semana de Moda.
Mas a organização dos desfiles reconhece com consternação que 95% das roupas feitas no Brasil são produzidas para o mercado interno e apenas 5% para exportação.
Segundo a ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confeção, a indústria de moda do Brasil vendeu 63 mil milhões de dólares (49,22 mil milhões de euros) em produtos em 2011 – a maior parte roupa usada pelos próprios brasileiros. «O Brasil é um grande produtor e um grande consumidor de têxteis, mas não é ainda um grande ator no mercado mundial de vestuário», afirma Fernando Pimentel, diretor-superintendente da ABIT.
Especialistas de moda têm opiniões diferentes sobre o porquê que este país – à beira da grandeza militar e uma potência económica emergente – coxeia no mundo da costura.
Alguns culpam o que afirmam ser barreiras impostas pelo governo, incluindo elevados impostos sobre os produtores, para os impedir de vender mais para o estrangeiro. «Os bens produzidos cá sofrem da chamada “sobretaxa Brasil”», explica o produtor de vestuário Oskar Metsavah, dono de uma das cerca de 20 empresas que mostraram as suas criações na Semana de Moda.
A “sobretaxa” diz respeito a «impostos elevados, fraca infraestrutura de transportes» e leis laborais ultrapassadas que tornam difícil exportar bens brasileiros a um preço razoável, afirma.
Mas Metsavah afirma que os custos não são a única questão a travar o Brasil. «Por que é que tão poucas marcas brasileiras conseguem ser vendidas em lojas no estrangeiro? Na minha opinião, é por causa da falta de originalidade e falta de qualidade da maioria delas», sustenta.
A sua empresa, a Osklen, é uma das poucas empresas brasileiras que conseguiu ter um pé nos mercados estrangeiros, com as suas roupas a serem vendidas nos EUA, na Argentina e no Japão. Mas Metsavah considera que nem todos os designers perceberam como criar modelos com apelo internacional.
João Pimenta, um designer de vestuário de homem que esteve na Semana de Moda, acredita que parte do problema é a falta de vontade para inovar. «A moda brasileira ainda tem muito medo de experimentar», indica. «Penso que é a coisa mais importante a acontecer na indústria brasileira de moda, para nos permitir encontrar o nosso espaço no mundo».
A organização da Semana de Moda está a fazer a sua parte para ajudar a reposicionar a indústria de vestuário no Brasil para um grande lançamento no palco mundial da moda. Por um lado, alargaram o intervalo entre os desfiles de outono e primavera, para dar mais tempo aos designers e produtores para aperfeiçoarem as suas coleções.
O simples ajuste no calendário percorreu um longo caminho para ajudar a «profissionalizar» e a expandir uma indústria que é ainda «muito jovem», considera Paulo Borges. «É uma questão de maturidade porque é uma indústria jovem que está ainda a descobrir a sua personalidade», acrescenta.
Mas Borges também admite que «a moda brasileira falhou em estabelecer-se como produto e marca no mercado mundial por causa dos custos elevados e problemas para conseguir financiamento».
Há um consenso na indústria de que para levar as suas roupas a um mercado externo maior, o Brasil terá de reduzir as barreiras ao crédito, descer o custo excessivo da mão de obra e melhorar as suas limitações de infraestrutura.
«Os bens produzidos cá são caros, o trabalho é caro e os impostos que os negócios têm de pagar são muito altos», aponta Fabienne Muzy, diretora de planeamento da Luminosidade, um grupo que organiza os principais eventos de moda no Brasil. «Se comparar um produto feito no Brasil com marcas internacionais como a Prada e a Chloe, vai ver que têm quase o mesmo preço», assegura Muzy, que nasceu em França. «Qual é que vai comprar?», questiona de forma retórica. «A escolha é evidente: Prada».
Responsáveis da indústria já pediram ao governo de Dilma Rousseff para reduzir os impostos. «Há criatividade, há qualidade», afirma. «O problema é o preço», conclui.
 
Fonte: AFP