25 de out. de 2013

The Secrets of the Little Black Jacket by Chanel

The Secrets of the Little Black Jacket by Chanel

3 de out. de 2013

Desfile Louis Vuitton Spring/Summer 13/14

Moda transparente

O designer belga Bruno Pieters, ex-diretor da Hugo Boss, criou uma marca de moda de luxo completamente transparente, onde a informação sobre os custos e a proveniência das matérias-primas é disponibilizada, tal como as peças da coleção, na Internet.
 

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Moda transparente
A marca do luxo é a exclusividade e o mistério, mas o pioneiro da moda belga Bruno Pieters quer mudar a tradição e oferecer aos consumidores de gama alta «compras transparentes de A a Z».
Em 2012, criou a “Honest by”, uma marca de moda apenas na Internet que dá ao consumidor uma visão detalhada da cadeia de aprovisionamento de um produto que pode percorrer todo o mundo, apesar de Pieters favorecer o local.
No mundo normal da moda, «pode vender-se um vestido de 50 mil euros sem se estar consciente que o produto foi fabricado por uma criança», refere Pieters. «No mundo da moda, poucos se questionam», sublinha.
Mas a questão tornou-se premente após o colapso catastrófico de uma fábrica de vestuário no Bangladesh ter matado 1.100 pessoas em abril. O acidente chocou os consumidores, colocando na ordem do dia as muitas vezes más condições para os trabalhadores do vestuário e, esperam os ativistas, poderá criar um desejo de conhecer todas as ligações na cadeia mundial de aprovisionamento.
Na “Honest by”, ao clicar numa peça de vestuário surge uma longa lista, com as matérias-primas e as operações realizadas para tornar a camisa ou o fato possível, preços incluídos.
O cliente «pode verificar a origem dos materiais, onde o vestuário é produzido e a que preço», explica Pieters, no centro do seu atelier, bem no meio de um bairro chique em Antuérpia, o principal centro comercial da Bélgica e casa de um dos principais portos.
Ao clicar numa túnica em seda verde, o consumidor, confortavelmente sentado em casa, vê não só de onde vem o tecido, mas também a origem dos botões, da confeção e das etiquetas.
No total, a túnica custa 225,87 euros em comparação com um custo de venda por grosso de 69,14 euros. O valor acima, claramente indicado no website, é o lucro da empresa por criar o artigo.
«Já não funciona que as empresas produzam na China e coloquem uma etiqueta a dizer “Made in France”», considera Pieters. «A transparência será, em breve, inevitável para o negócio do luxo porque a única razão para pagar os preços é a qualidade e o know-how», acrescenta.
Pieters, de 38 anos, é um refugiado da alta moda. Ex-diretor na Hugo Boss, saiu em 2009, amargurado com os princípios que afirma governarem a indústria dos artigos de luxo.
Mas a decorar as paredes do seu estúdio estão cores fortes e ângulos curtos mais associados com as passerelles de Paris do que com lojas de comércio justo. «É possível ser responsável e fazer algo mais do que linho e bege», acredita Pieters.
O designer fez uma pausa de dois anos do mundo da moda antes de criar a sua empresa e insiste que, apesar de se ter tornado vegetariano, não é um ativista.
«Estou só a criar o que gostava de comprar», afirma. «Do meu tempo na alta moda, aprendi o poder dos consumidores, cujos humores são escrutinados e analisados de perto por centenas de especialistas. A moda, que por definição lidera a multidão, é uma boa forma de mudar as coisas», sustenta.
A “Honest by”, cujo nome é um jogo de palavras que sugere comprador honesto, foi abordada pela Organização Internacional do Trabalho, que pretende uma parceria numa campanha contra o trabalho infantil.
Mas a “Honest by” não é um negócio de grande escala, produzindo cerca de 1.500 peças desde o seu lançamento, expandindo-se apenas ao convidar jovens criadores para também vender no website.
Pieters revela que 20% dos seus lucros realizados com colaborações com designers vão para ações de solidadriedade, mas a empresa no geral ainda não deu lucro. O designer recusa-se, contudo, a dar os números das vendas. A transparência no negócio «significa publicar os lucros, mas isso não tem interesse, a não ser para os acionistas», conclui.

Fonte : AFP

2 de out. de 2013

Suspense na Louis Vuitton

Os rumores da saída de Marc Jacobs estão cada vez mais fortes e para muitos é já inevitável que o criador termine a sua liderança de 16 anos à frente dos destinos criativos da Louis Vuitton. Entre os potenciais sucessores, Nicolas Ghesquière está no topo da lista.

 
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Suspense na Louis Vuitton
O burburinho à margem do desfile da Louis Vuitton em Paris voltou a colocar o rumor da saída de Marc Jacobs na ordem do dia.

«O seu contrato pode não ser renovado», indicou uma fonte à Reuters sem entrar em mais detalhes. Também uma fonte anónima revelou à AFP que «a questão de uma saída de Marc Jacobs foi colocada. Mas ainda não há resposta». Já a revista francesa Challenges afirma mesmo que a saída do diretor criativo já foi aprovada internamente.

Oficialmente, o grupo LVMH recusa-se a comentar esta questão sensível, até porque a Louis Vuitton, que entrou no pronto-a-vestir com a chegada de Marc Jacobs, há 16 anos, é a “galinha dos ovos de ouro” do gigante do luxo.

Sozinha, a marca conhecida pelas suas carteiras e bolsas, representa hoje 7,5 mil milhões de euros de volume de negócios, o dobro da italiana Gucci (3,6 mil milhões de euros em 2012) detida pela Kering (ex-PPR).

O contrato do americano Marc Jacobs, que chegou à Louis Vuitton em 1997, expira dentro de poucas semanas. A última renovação foi feita apenas por um ano, segundo as fontes inquiridas pela AFP. No final de 2012, a relação «simbiótica» que Jacobs tinha com o ex-patrão da Vuitton, Yves Carcelle, chegou ao fim com a saída em novembro deste último depois de 22 anos a dirigir a marca. O espanhol Jordi Constans sucedeu a Carcelle, antes de renunciar por motivos de saúde. O dono do grupo, Bernard Arnault, nomeou então um dos seus braços-direitos, Michael Burke, que entrou há 25 anos no LVMH e passou já pela Dior, Louis Vuitton e Bulgari. A relação entre Burke e Jacobs é ainda uma incógnita. «É difícil ter uma relação tão próxima como a que existia entre Yves Carcelle e Marc Jacobs», sustentou uma fonte próxima. «O que não quer dizer que a relação seja má», ressalvou.

Se Marc Jacobs sair da Louis Vuitton, poderá ser para se dedicar mais às suas marcas próprias. A WWD publicou mesmo uma notícia onde dá conta de um projeto de entrada em bolsa da marca Marc Jacobs, detida em parte pelo LVMH e pelo criador americano e o seu sócio de longa data, Robert Duffy.

Na área da sucessão na Louis Vuitton, o nome de Nicolas Ghesquière, que saiu da Balenciaga em novembro, circula insistentemente nos corredores do mundo da moda. Ghesquière, que, segundo a WWD, recentemente foi também abordado pelo colosso japonês da moda Fast Retailing para uma colaboração – embora não tenha passado de conversações preliminares –, é próximo de Delphine Arnault, filha de Bernard Arnault e diretora-geral adjunta da Louis Vuitton desde setembro, encarregada de «supervisionar o conjunto das atividades produtos» da marca.

O objetivo é dar uma nova lufada de ar fresco e uma imagem mais sofisticada à Louis Vuitton, com produtos em couro «da mais alta qualidade», para evitar a banalização. A casa de moda acaba inclusive de anunciar a nomeação de um criador italo-canadiano especialista em design de marroquinaria, Darren Spaziani, que se ocupará «principalmente» de desenvolver novas linhas de marroquinaria em couro, para «completar as coleções existentes».

Ainda sem saber se Jacobs fica ou sai, ninguém parece ter dúvidas do percurso exemplar do criador americano na Louis Vuitton. «Marc Jacobs fez um trabalho fantástico na Vuitton», referiu um especialista em artigos de luxo à Reuters. No entanto, «penso que hoje precisamos de reenquadrar a proposta de moda e produtos em couro que até agora tem estado focada nas bolsas», concluiu.

Fonte: Portugal Têxtil