2 de out. de 2013

Suspense na Louis Vuitton

Os rumores da saída de Marc Jacobs estão cada vez mais fortes e para muitos é já inevitável que o criador termine a sua liderança de 16 anos à frente dos destinos criativos da Louis Vuitton. Entre os potenciais sucessores, Nicolas Ghesquière está no topo da lista.

 
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Suspense na Louis Vuitton
O burburinho à margem do desfile da Louis Vuitton em Paris voltou a colocar o rumor da saída de Marc Jacobs na ordem do dia.

«O seu contrato pode não ser renovado», indicou uma fonte à Reuters sem entrar em mais detalhes. Também uma fonte anónima revelou à AFP que «a questão de uma saída de Marc Jacobs foi colocada. Mas ainda não há resposta». Já a revista francesa Challenges afirma mesmo que a saída do diretor criativo já foi aprovada internamente.

Oficialmente, o grupo LVMH recusa-se a comentar esta questão sensível, até porque a Louis Vuitton, que entrou no pronto-a-vestir com a chegada de Marc Jacobs, há 16 anos, é a “galinha dos ovos de ouro” do gigante do luxo.

Sozinha, a marca conhecida pelas suas carteiras e bolsas, representa hoje 7,5 mil milhões de euros de volume de negócios, o dobro da italiana Gucci (3,6 mil milhões de euros em 2012) detida pela Kering (ex-PPR).

O contrato do americano Marc Jacobs, que chegou à Louis Vuitton em 1997, expira dentro de poucas semanas. A última renovação foi feita apenas por um ano, segundo as fontes inquiridas pela AFP. No final de 2012, a relação «simbiótica» que Jacobs tinha com o ex-patrão da Vuitton, Yves Carcelle, chegou ao fim com a saída em novembro deste último depois de 22 anos a dirigir a marca. O espanhol Jordi Constans sucedeu a Carcelle, antes de renunciar por motivos de saúde. O dono do grupo, Bernard Arnault, nomeou então um dos seus braços-direitos, Michael Burke, que entrou há 25 anos no LVMH e passou já pela Dior, Louis Vuitton e Bulgari. A relação entre Burke e Jacobs é ainda uma incógnita. «É difícil ter uma relação tão próxima como a que existia entre Yves Carcelle e Marc Jacobs», sustentou uma fonte próxima. «O que não quer dizer que a relação seja má», ressalvou.

Se Marc Jacobs sair da Louis Vuitton, poderá ser para se dedicar mais às suas marcas próprias. A WWD publicou mesmo uma notícia onde dá conta de um projeto de entrada em bolsa da marca Marc Jacobs, detida em parte pelo LVMH e pelo criador americano e o seu sócio de longa data, Robert Duffy.

Na área da sucessão na Louis Vuitton, o nome de Nicolas Ghesquière, que saiu da Balenciaga em novembro, circula insistentemente nos corredores do mundo da moda. Ghesquière, que, segundo a WWD, recentemente foi também abordado pelo colosso japonês da moda Fast Retailing para uma colaboração – embora não tenha passado de conversações preliminares –, é próximo de Delphine Arnault, filha de Bernard Arnault e diretora-geral adjunta da Louis Vuitton desde setembro, encarregada de «supervisionar o conjunto das atividades produtos» da marca.

O objetivo é dar uma nova lufada de ar fresco e uma imagem mais sofisticada à Louis Vuitton, com produtos em couro «da mais alta qualidade», para evitar a banalização. A casa de moda acaba inclusive de anunciar a nomeação de um criador italo-canadiano especialista em design de marroquinaria, Darren Spaziani, que se ocupará «principalmente» de desenvolver novas linhas de marroquinaria em couro, para «completar as coleções existentes».

Ainda sem saber se Jacobs fica ou sai, ninguém parece ter dúvidas do percurso exemplar do criador americano na Louis Vuitton. «Marc Jacobs fez um trabalho fantástico na Vuitton», referiu um especialista em artigos de luxo à Reuters. No entanto, «penso que hoje precisamos de reenquadrar a proposta de moda e produtos em couro que até agora tem estado focada nas bolsas», concluiu.

Fonte: Portugal Têxtil
 

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