26 de mar. de 2013

As voltas da renda


Da passadeira vermelha nos Óscares às personagens da série Downton Abbey, sem esquecer o vestido de noiva da Duquesa de Cambridge, a renda é uma das grandes tendências de moda para este ano, embora por motivos diferentes dos que vestiram os nobres ingleses e russos em séculos passados. 

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As voltas da renda
A renda está a ter o seu momento sob os holofotes. É um material-chave nas coleções de primavera-verão que estão agora a chegar às lojas e está regularmente na televisão, cortesia da personagem Cora, Condessa de Grantham, em Downton Abbey, com as suas blusas em renda com contas – sem mencionar os vestidos de Lady Mary e a Lady Edith ao jantar, em confeções refinadas de seda e renda. Mas não é só na televisão, numa série de época, que a renda tem vindo a dar “um ar da sua graça”. Na passadeira vermelha, revelou-se no vestido branco de Alexander McQueen usado por Amanda Seyfried (que alegadamente fez com que a sua colega de elenco no filme les Misérables Anne Hathaway desistisse de um vestido, também em renda, da Valentino em favor do vestido Prada rosa que usou) e o vestido preto em renda e lantejoulas criado por Jenny Packham para Adèle.
Uma nova exposição, “Treasures of the Royal Courts”, que apresenta artigos das cortes dos séculos XVI e XVII dos Tudors, Stuarts e dos czares russos, abriu as portas no Museu Victoria and Albert (V&A) em Londres, destacando as origens da atratividade, aparentemente eterna, da renda, numa mostra que estará aberta ao público até 14 de julho.
Nessa altura, porém, como explica Clare Brown, curadora de têxteis europeus no V&A, a renda era o epítome do poder, com os rufos neste material a serem a sua afirmação mais visível e fashion. «Os rufos em renda focavam a atenção na cara e mostravam o dinheiro que os utilizadores tinham, porque a renda era cara, feita à mão e exigia muitas horas de trabalho», acrescenta.
Hoje a história é ligeiramente diferente. «Enquanto nos séculos XVI e XVII, a renda tinha a ver com poder político, agora serve para as mulheres afirmarem a sua feminilidade», afirma Maud Lescroart, coproprietária da produtora francesa de rendas Sophie Hallette, que forneceu a renda para o vestido de noiva da Duquesa de Cambridge (outra grande influência da renda) e para as coleções de primavera 2013 de Alexander McQueen, Mulberry, Yves Saint Laurent e outros designers.
Roberto Cavalli, por exemplo, usou renda fina Chantilly em vestidos compridos e em calças, tops e vestidos néon para a primavera-verão. Como explica o designer, «a renda representa a suavidade e inocência e nem sempre isso é visível na moda».
Mas embora a renda possa ser suave e delicada, como nas mãos de Cavalli, pode também ter um lado mais duro. «A renda pode ser agressiva», considera o jovem criador britânico Nicholas Oakwell. «Já não floral ou recortada mas colocada em tecidos pesados e grossos, adornada com contas, aplicações e até com borracha».
Como explica Carmen Borgonovo, diretor de moda do My-wardrobe.com, «já não há regras para a renda. Pode ser justaposta com uma peça clássica como uma t-shirt ou vir com cores fortes – não apenas preto e branco».
A nova oferta da retalhista britânica Topshop inclui tops, calças clássicas e vestidos com renda. Emma Wisden, diretora da moda, diz até que a renda substituiu as lantejoulas e o strass como o adorno preferido da moda.
A renda está, de facto, em todo o lado nesta estação – há o jumpsuit com renda verde floral de Valentino, as calças em denim rendado da Dsquared2 e a gabardina com renda verde da Bruberry Prorsum, assim como o vestido em rosa sorvete com mangas em renda macramé da Miu Miu. O vestido com renda floral rosa da Balmain com mangas de três quartos esgotou numa semana na mytheresa.com, uma retalhista de luxo on-line, e há uma lista de espera para o vestido com um ombro em renda preta com seda verde floresta da Lanvin, apesar do seu preço quase proibitivo superior a 5.250 euros.
A renda é ainda cara, apesar dos designers argumentarem que os preços são justificados. Antonio Berradi acredita que o aspeto feito à mão do material torna-o mais próximo de uma peça de joalharia do que de vestuário e a sua múltipla personalidade dá-lhe uma atratividade generalizada. Hannah Teare, stylist para a Vanity Fair e para a Town and Country, que recentemente usou um vestido roxo Jacques Azagury com um decote profundo para a próxima campanha publicitária da Graff Diamonds, considera que «a renda pode acrescentar um toque diferente a um fato ou uma saia para fazer com que as pessoas se destaquem numa multidão».
Para aqueles que estão preocupados com o seu valor como peça de investimento, sublinhe-se que os desfiles para o próximo outono-inverno também incluíram uma quantidade considerável de renda, desde os visuais de Alberta Ferretti aos vestidos-lingerie com renda da Louis Vuitton e aos vestidos camiseiros acabados com renda de Stella McCartney. A culminar estiveram os rufos com pérolas que adornaram 10 looks na coleção da Alexander McQueen, que ficariam tão bem no V&A como ficaram na passerelle. Como prova de uma tendência do passado e do futuro, é difícil ser mais convincente.
Fonte: Alexandra Costa

19 de mar. de 2013

Negócio na roupa de homem

O crescimento do mercado mundial de moda masculina não passou despercebido e retalhistas em todo o mundo estão cada vez mais atentos ao homem. Entre as práticas adotadas destacam-se os esforços para criar uma melhor oferta de retalho através de novos serviços e uma nova abordagem ao design da loja.

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Negócio na roupa de homem
Em termos mundiais, o mercado da moda para homem está a crescer. De acordo com a pesquisa ao consumidor realizada pelo NPD Group, as vendas de vestuário masculino nos EUA aumentaram 4,9%, para os 56,5 mil milhões de dólares, de março de 2011 a março de 2012, num mercado de vestuário total cifrado nos 199 mil milhões de dólares. Este crescimento superou o da moda feminina, que subiu 4,2% durante o mesmo período de tempo.
A mesma tendência é observada no luxo, com a empresa de consultoria Bain & Co a indicar que o mercado global de moda masculina de luxo está a crescer cerca de 14% ao ano, quase o dobro do ritmo de crescimento verificado na moda feminina de luxo.
As vendas de moda masculina no Reino Unido deverão crescer em 2012, pela primeira vez em cinco anos (Verdict Research). Os gastos totais em moda masculina no Reino Unido poderão atingir os 1,8 mil milhões de libras esterlinas em 2016, o dobro do verificado nos últimos cinco anos. Até 2021, o mercado de moda masculina poderá subir para os 13,7 mil milhões de libras.
Como resultado deste crescimento e focalização renovada no consumidor de vestuário masculino, o padrão para o retalho de moda masculina está a elevar-se de forma significativa. O homem moderno de hoje é sofisticado e informado e precisa de produto e ambiente atualizados, para corresponder a essas necessidades.
A Burberry registou um aumento de 26% nas vendas de moda masculina em 2011 e Angela Ahrendts, CEO da empresa, afirma que tal está associado aos homens, que sentem a pressão para ter um aspeto elegante e destacarem-se num mercado de trabalho difícil. A Burberry é uma das marcas de luxo a abrir várias lojas póprias de moda masculina em Londres, para assim canalizar esta área de crescimento. Entre os retalhistas que adotaram a tendência, encontram-se ainda a Hermès, Christian Louboutin, Alexander McQueen e Dior. Também em Nova Iorque, o retalho de moda masculina mostra-se dinâmico.
A abertura de lojas masculinas conhece uma grande expansão para responder à procura de eficiência na compra. O ponto de venda da Halsuit em Tóquio foi projetada por Nendo em torno das necessidades de merchandising dos homens, ao nível de eficiência e visualização. Os manequins e as salas de prova estão no centro da loja e os stocks são apresentados em unidades de merchandising organizadas como mesas de conferência e salas de reuniões. O design visa levar o homem a sentir-se confortável num ambiente de escritório.
Já a loja Ludlow Shop da J Crew, localizada na 50 Hudson St., em Nova Iorque, oferece aos homens um ambiente mais reduzido, íntimo, que gera confiança na escolha do vestuário. O recurso a uma história de herança de marca proporciona um ambiente confortável e masculino no qual os clientes podem estar e falar sobre adereços vintage ou máquinas industriais em vez de vestuário.
Juntamente com o crescimento da moda masculina, o mercado de produtos de beleza e higiene paar homem também está a expandir-se, à medida que cresce o fenómeno do homem metrossexual, exigindo produtos sofisticados. De igual forma, o homem de meia-idade sente a pressão para permanecer jovem.
Em 2011, o mercado de cuidados de pele e higiene para homem cresceu 11% nos EUA. Globalmente, as vendas têm aumentando 6% ao ano desde 2006. Os retalhistas têm respondido com a adição de serviços na loja, como é o caso do salão Otomano da britânica Ted Baker ou do novo conceito de loja da Hackett, em Londres.
Fonte: WGSN

Criadores mãos de tesoura


Alguns designers de moda estão a abandonar o papel e lápis para desenhar, preferindo usar a tesoura. Entre os mestres desta arte de cortar, dobrar e ajustar estão nomes como Julian Roberts e Shingo Sato, cada vez mais procurados por marcas como Acne, Burberry, Armani e Versace.   

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Criadores mãos de tesoura
 Nas últimas semanas, os designers de moda encheram as passerelles das principais capitais da moda com as propostas para o outono-inverno 2013/2014. Mas por detrás de cada coleção está todo um trabalho de equipa, entre os quais especialistas em corte que criam as formas que se tornam nas peças que ditam as tendências.
Por detrás desses especialistas há uma brigada que tem ainda mais influência: um conjunto de técnicos especialistas em corte – tipo Eduardo Mãos de Tesoura – que viajam por todo o mundo a ensinar como pegar numa tesoura e tornar-se um verdadeiro mestre do corte. Com uma tesourada aqui e um ajuste experimental ali, criam todo o tipo de pregas e dobras. Sem ligação a nenhuma marca, dão workshops internacionais, masters e tutoriais no YouTube. E estão a mudar a forma como as roupas são desenhadas.
Julian Roberts, por exemplo, um professor e designer sediado em Londres, viaja frequentemente para longe, muitas vezes com o apoio do British Council, para demonstrar a sua técnica “Corte por Subtração” ao vivo em frente a uma plateia que pode chegar às 150 pessoas.
Os seus workshops atrai todos os níveis de conhecimentos – de estudantes de moda e têxtil a, recentemente, uma modista reformada com quase 70 anos. Roberts também dá aulas privadas a nomes mais estabelecidos como a dupla de designers britânicos Basso & Brooke e equipas técnicas da Cos e da H&M, na Europa, África, América do Sul e Austrália.
Trabalhando em duas e três dimensões, o método de Julian Roberts envolve cortar e remover secções do tecido para criar aberturas na peça de vestuário. Isso pode ser visto num vestido simples feito de duas faixas de tecido com 3 metros e quatro buracos circulares cortados. Ao ligar os buracos, que têm a medida das circunferências das ancas, braços e pescoço, é formado um túnel para o corpo passar. É um processo relativamente simples – e cheio de surpresas.
«Às vezes são aqueles que nunca fizeram uma peça de vestuário que se tornam melhores do que aqueles que as fazem há anos», afirma Roberts. «Muitas vezes, os profissionais ficam aterrorizados com a possibilidade de cometerem erros. Mas durante uma ou duas sessões, faço com que saiam da caixa e se soltem», acrescenta.
O mesmo faz Shingo Sato, que veio do Japão e ganhou experiência com Azzedine Alaïa em Paris. Nos últimos 25 anos, Sato viveu em Milão, onde em 2002 abriu a TR Cutting School. Inicialmente criada para estudantes japoneses, a escola privada aceita agora outros alunos. Isso inclui designers da Armani, Escada e Versace, criadores de padrões freelancers para a Burberry e até estudantes de arquitetura. Sato descreve o seu sistema de corte como «um processo intuitivo de design orgânico». Incentiva os estudantes a perceberem combinações de design diferentes ao alternarem os seus pontos de vantagem. Isso leva a voltas e dobras inesperadas e a um acabamento mais vanguardista – sobretudo na forma de camisas com mangas de kimono e detalhes de movimento nas saias.
A sua estética japonesa inata é tão procurada que a equipa de design da Acne já o convidou para os seus estúdios em Estocolmo para ensinar. Em breve irá para o México, Espanha e Austrália fazer o mesmo. No ano passado esteve em Portugal, num workshop de dois dias organizado pelo Modatex (ver Shingo Sato ensina no Modatex). Mas caso tenha deixado passar a oportunidade, Sato tem agora aulas virtuais na sua página do Facebook – tendo instruindo cerca de 200 pessoas em todo o mundo nos últimos seis meses. «Graças à Internet, as pessoas estão a partilhar novas técnicas de corte através de blogues e outras plataformas de redes sociais», aponta Sato. «É realmente promissor e irá influenciar as futuras tendências de vestuário», acredita.
Timo Rissanen, professor assistente em design de moda e sustentabilidade na Parsons The New School for Design, ministra desde 2010 um curso sob a designação “Zero Waste Garment”, com base na filosofia que obriga os designers a pensar sobre soluções para os resíduos de tecidos e corantes e como fazer vestuário de forma mais “amiga” do ambiente. «O atual sistema de corte é tal que desperdiçamos em média 15% do tecido usado», sustenta Rissanen. «Não só não é economicamente viável como é pouco pensado», acrescenta.
Da mesma forma, Juliana Sissons, uma criadora de padrões freelancer que trabalhou para Alexander McQueen, está a apresentar novas técnicas aos seus estudantes de moda na Universidade de Brighton, ao mesmo tempo que desenvolve o seu próprio método de corte “Modelagem através da manipulação do tecido”. Isso envolve dobrar, preguear ou esticar o tecido numa área específica para o distorcer e determinar como a forma é feita no manequim de costura.
Em resposta a este tipo de trabalho, no próximo mês o British Fashion Council vai organizar o “Seminário de Corte Criativo” em Somerset House, em Londres. O evento irá incluir demonstrações de corte ao vivo do alfaiate Thomas Mahon, da English Cut, juntamente com um filme exclusivo com Shingo Sato e Julian Roberts. «Com as técnicas de corte criativo há tantas novas formas a serem descobertas no futuro como há em toda a história da moda», conclui Roberts.
Fonte: Financial Times
 

17 de mar. de 2013

O momento de Thom Browne


Incompreendido por muitos mas elogiado entre os seus pares, o designer americano começa agora a ser conhecido no seu país natal e em todo o mundo, depois de Michelle Obama ter usado um vestido e casaco desenhado por ele na segunda tomada de posse do Presidente dos EUA.
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O momento de Thom Browne
«Conhece este homem? Sabe quem ele é?». A pergunta de Julian Niccoli, coproprietário e anfitrião do Four Seasons faz todo o sentido para a maior parte dos americanos, que até há bem pouco tempo desconheciam, na sua maioria, o génio de Thom Browne na criação de moda. «Este homem é um rei», afirma Niccolini, referindo-se a Browne, um tímido criador de moda, com corte de cabelo militar, queixo proeminente e vestido com uma das suas criações, os seus já míticos fatos curtos e justos – quase como se tivessem encolhido na lavagem.
A verdade é que há menos de dois meses, antes de Michele Obama ter escolhido, entre uma vasta oferta de designers, um casaco e vestido com um discreto padrão xadrez, em azul-marinho, de Thom Browne para usar na tomada de posse do marido, poucos eram aqueles que saberiam responder à pergunta de Niccoli. E nesse momento decisivo pareceu como se o criador norte-americano – vencedor de prémios mas figura em grande parte de culto – tivesse estado mais de uma década escondido numa semiobscuridade e fosse agora trazido para a luz e para o mainstream na América. «Queria que fosse um estilo americano distinto que as pessoas em todo o mundo pudessem admirar», explica Browne sobre o vestido de Michele Obama. Humilde pelo peso histórico do momento, Browne acrescenta que «achei que seria fantástico que o líder do país e a esposa parecessem tão cool».
Cool é uma palavra que Thom Browne usa muito e é um termo tão bom como outro qualquer para definir a sua estética. A sua forma preferida de cool é McLuhanesca, sem emoções, com iconografia específica da altura. O período é meados do século XX e as imagens mais puras do cool de meados do século, segundo o designer, são as de Steve McQueen no filme “The Thomas Crown Affair”, as de John F. Kennedy ainda senador júnior do Massachusetts e de tipos como Thomas Watson com as suas gravatas com clip e malas Samsonite a caminho do emprego.
«Era um estilo americano distinto na altura que pessoas em todo o mundo admiravam», justifica Thom Browne. A rígida conformidade desse estilo, a aura de característica de eficiência maquinal da América pós-guerra em expansão – um período que coincide com a infância do criador de 47 anos em Allentown, Pensilvânia – é o que o estilista gosta de acreditar tê-lo trazido para o mundo da moda.
O vestuário de homem que lhe granjeou fama – fatos curtos, laços, calções preppy, cardigans, sapatos com solas Frankenstein, malhas com adornos de clubes de ténis e emblemas – foi uma censura ao desmazelo do final do século XX, resultante de anos de tristes sextas-feiras casuais e uma falta de disciplina da alfaiataria.
O que o vestido de Obama e as críticas positivas que gerou sugerem é que esta é a altura certa para as capacidades de Thom Browne e as suas intuições sobre o momento cultural conservador. Muitos designers foram recomendados à Primeira-Dama pela sua assistente e conselheira de estilo Meredith Koop. Muitos criaram roupas para o grande evento. Apenas Browne foi escolhido para representar um dia cheio de simbolismo.
Se os designs do criador de moda, como a revista de moda DNR sublinhou, não fossem estranhos e fetichistas, «influenciados pelo vestuário de senhora e forças do mal, sem nome», simplesmente seriam “quadrados”. Mas Thom Browne pegou num fato cinzento e encheu-o de rosetas cinzas, colocou os manequins (homens) em saias e cortou calças à altura da virilha naquilo que um escritor denominou como o efeito «esqueci-me das calças». Pôs os modelos na passerelle em penas de avestruz e colocou acessórios como tutus em tule ou franjas sobredimensionadas.
Talvez melhor do que tudo, o que foi revelado com a escolha de Michelle Obama por Thom Browne, é a vontade da própria de abordar o design nos seus próprios termos, arriscar usar roupas de um designer conhecido por vestir homens com vestidos de noite ou gabardinas transparentes que parecem roubadas do guarda-roupa de um exibicionista.
«Quando as pessoas têm demasiadas opções, fazem escolhas erradas», acredita Thom Browne, cuja vida pessoal parece editada para evitar detalhes irrelevantes. Vive num apartamento em Greenwich Village com pouca mobília, tanto que os amigos «brincam que podia lavá-lo à mangueira». Apesar de ter sido nadador de competição no liceu e mais tarde na Universidade de Notre Dame, corre religiosamente na passadeira todos os dias. Não é um colecionador de mobiliário, livros ou arte, afirma, porque «não sou muito apegado a coisas». Mesmo a sua vida emocional é notavelmente calma, com as suas horas livres passadas em sossego com o namorado Andrew Bolton, curador no Costume Institute do Metropolitan Museum of Art (MET).
«O meu pai era advogado», conta Browne, o filho do meio de sete, educados de forma rígida num agregado familiar católico romano. «A última coisa em que ele pensava era roupa e, no entanto, conseguia estar sempre bem».
Thom Browne reflete muito sobre roupa. Isso, de facto, faz parte de todo o seu processo. Os estereótipos de designers rodeados de rolos de tecido ou painéis de inspiração ou assistentes não se adequam a um homem que, embora faça desenhos competentes, não tem formação em moda, não pode drapear ou coser e afirma ter aprendido tudo o que sabe sobre moda de homem de Rocco Ciccarelli, o alfaiate septuagenário que detém a fábrica onde as suas roupas são feitas, embora seguramente tenha aproveitado uma ou outra dica quando trabalhou nos anos 90 para a Armani e Club Monaco.
«Outros designers sofrem muita polinização cruzada», afirma Michael Hainey, editor-adjunto da GQ em relação a Browne. «De repente, toda a gente mostra laranja nesta estação porque a pessoa que trata dos tecidos está a procurar o mesmo tecido que outras três. Thom fica à parte. Sempre ficou à parte», explica. Ele muda o jogo, acrescenta Hainey, um designer cuja estética, como a de Coco Chanel ou Alexander McQueen, é considerada tão singular que demora algum tempo a que as pessoas se habituem.
«No início, a sua visão sugeria algo extremamente agressivo», sustenta Tom Kalenderian, vice-presidente executivo da Barneys New York, referindo-se a um período inicial quando Browne cortava fatos tão justos e curtos que parecia que quem os usava – como escreveu um jornalista da GQ – era empregado de Pee-wee Herman.
«Hoje esses modelos podem parecer disciplinados», acrescenta Kalenderian. Seguramente, o que antes parecia estranho hoje parece estranhamente proporcionado e correto. Exceto Tom Ford, com os seus fatos para Hollywood feitos com base na alfaiataria de Savile Row, poucos designers de vestuário de homem parecem ter escapado à influência de Thom Browne.
«Thom gosta de chocar um pouco», afirma Kalenderian. «Mas há um valor na forma como alguns artistas passam a vida toda a perseguir uma visão e Thom é assim. O seu ponto de vista não é diluível. E na indústria da moda adoramos essa energia», acrescenta.
Uma medida da aprovação da indústria é a série de prémios que Browne acumulou numa carreira com pouco mais de uma década. Nomeado Men’s Wear Designer of the Year em 2006 pelo Council of Fashion Designers of America e Designer do Ano em 2008 pela revista GQ, em 2012 recebeu o Nation Design Award do Cooper-Hewitt National Design Museum. O patrono do prémio foi a esposa do Presidente.
O facto de Thom Browne só ter feito a sua entrada no design de vestuário de senhora em 2011 torna a opção de Michelle Obama por um homem conhecido por “acrobacias” como fatos com três pernas de alguma forma mais ousada, quase radical.
«O que gosto mais naquilo que faço é colocar imagens em frente das pessoas», explica Browne durante um casting. O pedido era de mulheres altas e, como uma série de gigantes segurando os seus portefólios como uma armadura, Browne sentou-se por detrás de uma secretária em vidro, sem computador, telemóvel, câmara fotográfica, bloco de notas ou mesmo uma caneta, a olhar de forma impassível.
«Eu sei o que quero quando o vir», sublinha o designer. Sabe o que quer antes de existir. Nesse dia, Browne vestia um fato cinzento, uma camisola escura, uma camisa branca, uma gravata estreita e sapatos usados com meias até ao tornozelo que compra nas lojas de desporto. Uma faixa de perna peluda via-se entre a bainha da calça e o sapato, uma perturbadora espreitadela erógena que é a assinatura de Thom Browne.
«Eu gosto que haja algo de leve ou divertido ou irónico ou provocador no trabalho, entretendo sem ser demasiado intelectual», indica o homem que mostrou roupas em modelos a saírem de caixões, fez desfiles como se fossem um circo ou espetáculos de natação sincronizada ou mesmo um baile tipo amish dentro de um clube de ténis no conhecido 16ème arrondissement em Paris.
«Algumas pessoas quando veem os meus desfiles saem a dizer “Quem usaria aquilo?”», diz Browne. Na realidade, as suas roupas podem ser tão usáveis e clássicas como o vestido de Michelle Obama. No entanto, de alguma forma, esse não o objetivo. «Quero pôr conceitos à frente das pessoas que as façam rir ou sorrir ou até odiar o que faço», explica. «Não estou interessado em simplesmente pôr roupa nas lojas», conclui.
Fonte: New York Times

Conforto ao frio


Na mais recente Semana de Moda de Nova Iorque, os criadores deixaram de lado os tecidos leves e apostaram em casacos oversized em lã e pelos para acentuarem o conforto essencial ao outono e inverno, sem esquecer o estilo das mulheres modernas e ativas.
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Conforto ao frio
Para o próximo outono-inverno, os criadores de moda revelaram propostas quentes e confortáveis na última Semana de Moda de Nova Iorque, com os casacos oversized em lã, o destaque das ancas e a utilização de peles e pelos entre as tendências mais evidentes.
Super-abrigo
Passo a passo chegaram os casacos oversized, gigantes inspirados no vestuário de homem. Da flanela cinzenta à lã azul-marinho, ao xadrez nos pea coat – um casaco geralmente em lã grossa, com abotoamento duplo e gola larga – a passerelle cobriu-se – literal e metaforicamente – do tipo de abrigos que pode albergar uma aldeia. É menos um aceno ao romance de ter um artigo demasiado grande do guarda-roupa do namorado ou marido e mais um reflexo da atual tendência de ficar mais forte, que já se viu com o regresso do fato. Estes casacos cobrem todos os pecados, criando a sua própria zona de conforto psicológico e físico. Dão ainda um certo look vintage e embora não publicitem as suas origens nobres, não há dúvidas que, pela quantidade e qualidade do tecido, são o expoente máximo do luxo.    
Atenção às curvas
A mais recente área da fisionomia feminina a ficar sob “os olhares” dos designers são as ancas, que foram dobradas, drapeadas e almofadadas em proporções enormes. Na passerelle, cria uma cintura minúscula e, por consequência, uma declaração de força das supercurvas, mas fora da passerelle é uma proposta difícil: a maior parte das mulheres prefere disfarçar essa área, não chamando a atenção de toda a gente para ela. Em vez de uma mera perversidade da moda criada para torturar as consumidoras, contudo, o movimento “anca” parece ser mais uma referência desejável ao New Look da Dior, quando metros de organza celebraram o fim do racionamento do tempo da guerra.
Bárbaro chique
Bárbaros à vista: embora tenha havido uma quantidade considerável de peles nas passerelles – afinal, é a coleção para o outono-inverno – não é o habitual tipo de pelo por todo o lado. Pelo contrário, peles de raposa e marta são usadas como complemento, a maior parte das vezes nos ombros, pescoço e braços, e muitas vezes com o pelo completo. O efeito é de armadura – pelos para ter poder de proteção – e um pouco feroz, dando a noção que nem tudo é tão suave ou contido como a lã normalmente sugere. De qualquer forma, as camadas interiores mais simples permitem o chique bárbaro sem o volume, o que nas ruas da cidade permite ter a atitude sem perder a silhueta. Nunca o Conan pareceu tão bem.
Fonte: Financial Times

Roupa que vale pela marca


Os últimos desfiles da Semana de Moda de Paris deixaram muitas críticas no ar sobre a forma como as marcas, nomeadamente a Saint Laurent de Slimane, usam a sua notoriedade para vender as coleções, apesar de nem sempre as suas propostas estarem ao nível da insígnia que ostentam. 

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Roupa que vale pela marca
As críticas estão bem expressas num artigo de Cathy Horyn, crítica de moda do jornal The New York Times, que começa por afirmar que «às vezes pensamos, no final de uma época de desfiles, que a moda estaria melhor se as empresas não tivessem marcas para vender».
E dá o exemplo da Saint Laurent. Uma das primeiras coisas que o novo diretor criativo, Hedi Slimane, fez foi retirar o “Yves” da marca, afastando assim uma ligação simbólica com o fundador e tudo aquilo que ele representa, como bom gosto e poder feminino. Mas foi também um teste à atratividade duradoura da marca. Quem precisava da palavra extra quando Saint Laurent está virtualmente alojado nos ouvidos das pessoas?
Slimane esteve no centro das conversas na Semana de Moda de Paris, ou pelo menos nos seus últimos dias, sobretudo porque mostrou uma coleção grunge de vestidos baby-doll e camisas de flanela. As opiniões variaram muito. Muitas pessoas disseram que as roupas pareciam saídas de uma loja como a Topshop ou um bazar, enquanto outros defenderam a abordagem de Slimane e identificaram peças, como um casaco em pelo cor de rosa, que remontam aos designs de Yves no final dos anos 60 e início dos anos 70, quando retirou ideias da rua. «É duvidoso que os clientes façam essa ligação, mas alguns comentários servem para validar o que Slimane fez», refere Cathy Horyn.
«E a controvérsia é boa para Saint Laurent», afirma. «Mas sobretudo ficou claro quão forte o nome é. Em termos de design, as roupas têm consideravelmente menos valor que uma caixa com etiquetas da Saint Laurent. Sem a etiqueta, os vestidos grunge de Slimane não chamariam as atenções nem despertariam interessa – porque não são especiais. Mas uma caixa de etiquetas vale um milhão», destaca.
Já a Hermès, na opinião da crítica de moda, apresentou-se em acentuado contraste com o desfile de Saint Laurent e «os seus valores preguiçosos». Desde os primeiros coordenados que entraram na passerelle, construída numa biblioteca de escola perto da Sorbonne, percebeu-se o que o verdadeiro design esteve em trabalho e que a Hermès não descansa “à sombra” do seu prestígio. «Foi uma das melhores duas ou três coleções em Paris e talvez de toda a estação de pronto-a-vestir», sustenta, e «pelo simples facto que alguém na Hermès recusou deixar que a moda ultrapassasse as roupas». Pode ver-se elementos dos designs inovadores de Martin Margiela para a casa de moda, num ou dois coordenados com calças e num vestido austero em lã com decote em V com uma camisa sem gola branca, mas mesmo a sua moda não pode entrar. 
«Alguém fez incríveis bons julgamentos: em relação ao ajuste, às proporções, o uso seletivo de estampados em seda, a beleza natural das modelos. Christophe Lemaire é o designer de senhora na Hermès, mas as últimas coleções tenderam a ser sobrecarregadas em volume e cor – longe da precisão desta».
Horyn considera que não houve subserviência à marca no desfile, a não ser com um casaco em camurça e pelo de bezerro. «Sabia-se que era Hermès porque Hermès é suposto representar o bom gosto, e ali estava uma moderna expressão disso».
O bom gosto não tem de parecer velho ou burguês, destaca. Nem tem de gritar luxo. De facto, nem devia. Na Hermès, ficou contido num equilíbrio de cortes impecáveis e texturas rústicas, como casacos em pelo de cabra e num conjunto de peças, como cachecóis em caxemira ou uma blusa usada com uma saia comprida em couro, que deve tanto à simplicidade como à atitude da mulher que a usar.
As coleções de outono fecharam com um desfile “em grande” de Marc Jacobs para a Louis Vuitton e um visual fresco da Miu Miu. Estas são realmente coleções de autor, com o gesto da moda normalmente exagerado, como a silhueta extra-longa da Miu Miu (graças a cardigans giros, justos ao corpo, usados com saias compridas em seda estampada com botas) e uma série de casacos médios com pintas. A silhueta fez a coleção.
Jacobs recriou o ambiente glamoroso de um hotel, ou melhor, da atitude das mulheres a entrarem e saírem de diferentes quartos, aparentemente com a sedução em mente. «Embora a maior parte da sua audiência tivesse o sono em mente (Jacobs usou pijamas), esta coleção foi de facto convidativa, com alguma roupa interior bonita misturadas com casacos severos e carteiras tipo puff», conclui Cathy Horyn. 
Fonte: NY Times

A cultura do punk


O MET irá, a partir de maio, acolher uma exposição sobre o punk, um estilo praticamente afastado da passerelle da última Semana de Moda de Nova Iorque, onde criadores conhecidos pela elegância das suas propostas, como Carolina Herrera e Diane Von Furstenberg, mostraram um inverno cheio de glamour.  

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A cultura do punk
Depois de 40 anos de existência, o punk será o tema de uma exposição do Metropolitan Museum of Art (MET). Com um cenário de roupas rasgadas e com alfinetes de segurança, incluindo t-shirts de Vivienne Westwood com Malcolm McLaren e coordenados mais requintados de Zandra Rhodes e Gianni Versace, a mostra abrange o estilo do mais ao menos refinado.
«Acho que é fantástico – o abraçar da abrangência e do respirar de uma cultura, como na arte», afirma Thomas P. Campbell, diretor do MET, enquanto Andrew Bolton, curador da exposição “Punk: Chaos to Couture”, que abre a 9 de maio, fala da «promessa, objetivo e prospeção» de um estilo de rua que cresceu de uma cultura de «não futuro».
O estilo celebrizado por figuras como os Sex Pistols ficou à porta da Semana de Moda de Nova Iorque, espelhado apenas na localização de alguns desfiles do evento, com o espírito das propostas dos criadores para o próximo inverno, que subiram à passerelle nova-iorquina na mesma altura que o anúncio da exposição, a ficar longe do punk.
Carolina Herrera – sempre uma figura da moda com classe – usou a colaboração com a Orquestra Contemporânea de Londres para criar uma faixa de “Capriccio for Carolina”, que foi a banda sonora do seu desfile.
Numa altura em que Tommy Hilfiger, anteriormente o designer dos músicos de hip-hop, se rendeu ao estilo “Ivy League encontra-se com Savile Row”, ficou claro que o chique está na moda.
Ironicamente, foi Diane Von Furstenberg, regressando aos seus anos loucos hippie deluxe da década de 70, com um convite intitulado Glam Rock, que ficou mais próxima de um certo sentido de rebeldia na moda.
Os americanos podem não ter votado em novembro passado para uma viragem à direita, mas os designers parecem estar a olhar para essa área. Derek Lam, uma das raras personalidades a focar-se no sportswear americano, fala de «elegância escondida» de volta aos visuais estilizados dos designers Halston e Zoran.
O desfile de Carolina Herrera foi elegante, refinado mas não exageradamente – apesar de aplicações abundantes de pelos em cores de joias terem decorado silhuetas justas e vestidos de noite. Ao seu corte sem falhas e tendência para a perfeição, Herrera acrescentou toques de imaginação, uma certa aura dos anos 40 e do velho Oriente, oferecendo o perfume de um passado chinês decadente. Mas a criadora tem a capacidade de tornar as flores digitais e os padrões gráficos angulosos parecerem contemporâneos para os ricos em todo o mundo.
No grande rio de vestuário polido, os coordenados de Diane Von Furstenberg (DVF) surgem como um choque, com cores fortes, padrões ousados, sandálias de plataforma com estampados animais e até modelos a sorrirem!
Nesta viagem pelo vale da memória, o vestido cruzado de DVF teve novamente o seu momento, mantendo a consciência do corpo sobre a qual a criadora construiu o seu nome e fama. Acrescente-se calças suaves, com brilho e glamour, e foi como se os dias de glória de Yves Saint Laurent nos anos 70 estivessem de novo na passerelle.
O problema com a nostalgia é que muitas vezes significa mais para o instigador do que para o resto da plateia – sobretudo na moda. Daí a designer ter percorrido a passerelle a dançar como se o Studio 54 ainda estivesse aberto e parecendo fabulosa vestindo os seus próprios designs. Como escreveu nas suas notas, «a vida é uma festa» – embora um mundo endividado e com as atuais manifestas dificuldades tenha, talvez, dificuldade em ver isso.
O cenário montado para o desfile de Tommy Hilfiger foi uma obra de arte: um pano de fundo pintado com livros em prateleiras como uma biblioteca e uma parede com brasões, todos dedicados ao designer.
Com esta grandeza, não admira que o xadrez Príncipe de Gales tenha sido o favorito entre os muitos estilos “verdadeiramente britânicos”. O xadrez foi mesmo abstratizado e usado em padrões de blusas.
Foi um pouco exagerado – mas bem executado e sofisticado com peças individuais, quase inteiramente outerwear. O chão xadrez deu outra dimensão ao quadro gráfico da coleção. E um sorridente Hilfiger revelou a sua inspiração: «Tommy Nutter», indicou, referindo-se ao alfaiate dos anos de Swinging London que fez com que os aristocratas parecessem chiques e na moda.
O visual de Derek Lam foi uma interessante mistura entre racionalização e artesanato, o que significou capas elegantes e calças bem cortadas intercaladas com patchworks subtis num corpete ou um efeito de renda na saia. Franjas em lã a pender das bainhas da saia acrescentavam a sugestão de feito à mão na Califórnia dos anos 70.
Os diferentes elementos, incluindo couro e pelos, foram subtilmente trabalhados em conjunto, com um vestido comprido ao estilo Halston no final, com uma capa a destacar o clássico modernismo americano em conjunto com sportswear refinado.
Thakoon fez um jogo delicado com looks chiques. Por um lado, com a ideia de abertura de vestidos com painéis em renda ou decorados com o motivo recorrente de uma libelinha. Por outro lado o pelo, usado com painéis na frente de uma peça, como se tivesse tirado um velho pelo do armário da avó e o tivesse colocado à volta do peito. Fez uma coleção agradável sem nenhum ponto de vista forte.
«Suave e severa», afirmou Zac Posen nos bastidores, provocando as modelos enquanto estas mudavam de vestidos que se abriam na bainha para uma silhueta corporal tensa. O designer é mais um decorador do que um arquiteto, mas com um sentido artístico da cor que misturou o laranja com o roxo e decorou um vestido amarelo canário com bordados. Com o desfile no Plaza Hotel, Posen solidificou a sua posição como um designer de gama alta. E se ainda há bailes para vestir e dias em que um casaco bege com uma volta plena tenha primazia, o designer está pronto.
Com o comércio eletrónico a ser em tópico quente no mundo da moda e os estampados digitais a constituírem um visual atual, a visão multicolorida de Nova Iorque, gerada por computador e projetada no desfile da DKNY pareceu promissora. No entanto, houve uma falha entre a imagem dramática digital e as roupas tons de terra da coleção. Mesmo os fatos camel e preto ou o couro preto no início do desfile pareceram estranhos com as cores fortes no ecrã. E embora tenha havido estampados animais ousados, houve pouco no jogo de duro-suave, como o casaco clássico com um toque de chiffon, que ligasse esta coleção de peças usáveis com o energético mundo ligado à web.
Fonte: NY Times