4 de jan. de 2012

Luxo invade cidades pequenas


Li Xingyi passeia-se num centro comercial no sudoeste da China com uma bolsa Louis Vuitton e 
um casaco de peles. A empresária de 25 anos faz parte do crescente número de chineses que vive fora das grandes metrópoles e possui recursos para consumir artigos de luxo.
 
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Luxo invade cidades pequenas
Até 2015, a China deverá tornar-se no principal comprador mundial de produtos de luxo, como bolsas, relógios, calçado e vestuário e os analistas revelam que os habitantes das cidades mais “pequenas”, como Chengdu (4,6 milhões de habitantes) na província de Sichuan, estão a impulsionar o crescimento.
Apesar de a maioria dos 1,34 mil milhões de chineses viver em áreas rurais, há cada vez mais pessoas a deslocar-se para as cidades, onde muitas têm beneficiado financeiramente com os crescentes preços dos imóveis e o rápido crescimento económico.
A segunda maior economia do mundo registou um total de 146 multimilionários em dólares em 2011 – uma subida de 14% em relação a 2010 -, sendo apenas antecedida pelos EUA, que têm 413 multimilionários, segundo a revista Forbes.
Li Xingyi, que é casada e tem um filho, afirma gastar perto de 20 mil yuans por mês (2.420 euros) – cerca de um quinto do seu rendimento mensal – em marcas de luxo, num país onde o rendimento médio disponível para a população urbana é de 1.592 yuan (cerca de 193 euros).
Os consumidores chineses deverão dispender 15,6 mil milhões de dólares em produtos de luxo em 2011, um aumento de 20% em relação ao ano anterior, segundo Shaun Rein, diretor-executivo do China Market Research Grou. Mas apenas 40% das compras são feitas na China.
Muitos consumidores em Pequim e Xangai viajam para Hong Kong ou para a Europa com o objetivo de adquirir as suas marcas preferidas, de forma a evitar o imposto sobre as vendas aplicado em território chinês de até 17%, o imposto sobre o consumo de até 56% e os elevados direitos de importação.
Rein refere que os consumidores nas cidades de segunda e terceira linha tendem a viajar para o exterior com menos frequência e, por isso, fazem as suas compras na China. «O poder de compra está a passar das cidades de primeira linha para as de segunda linha», indica, acrescentando que o mercado de luxo chinês deverá crescer 20% em 2012.
«As pessoas não sabem onde colocar o seu dinheiro, por isso as coisas estão agora a chegar ao topo», explica Rein, referindo-se às restrições do governo para a compra de automóveis e bens em algumas cidades, com o objetivo de diminuir os congestionamentos e a inflação crónica.
Mas o crescente número de grandes consumidores que vive em cidades mais pequenas da China não está apenas interessado em roupas extravagantes, calçado e cosmética. A marca de automóveis Bentley possui 18 concessionários na China – a maioria em cidades de segundo nível.
A China é o maior mercado da Bentley, depois dos EUA, com as vendas nos primeiros nove meses de 2011 a atingirem as 1.103 unidades, mais 83,5% do que as 601 unidades vendidas em igual período de 2010. O stand da Jaguar Land Rover em Chengdu vendeu mais de 1.100 veículos em 2010, apesar dos preços chegarem a atingir os 2 milhões de yuans.
«Apesar das empresas de luxo estarem ansiosas por abrir lojas em cidades mais pequenas para ganhar dinheiro com esta riqueza crescente, os seus planos de expansão têm sido prejudicados pela falta de imóveis condizentes com as suas marcas», aponta Aaron Fischer, diretor regional da CLSA Asia-Pacific Markets em Hong Kong.
A proteção das marcas de falsificadores é outro dos desafio que enfrentam as empresas de luxo que operam num país onde a pirataria é galopante e as leis são flagrantemente ignoradas. Como exemplo, no interior de um hotel de luxo em Chengdu, uma loja de roupas chamada “Amornini” utiliza um logótipo em forma de pássaro, muito semelhante ao da casa de moda italiana Giorgio Armani.
fonte AFP

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