6 de out. de 2011

FAST FASHION INVADE A ÁSIA


Marcas internacionais de fast fashion estão a apostar cada vez mais no Oriente, procurando beneficiar da elevada confiança dos consumidores de países como a China.
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Fast fashion invade Ásia
Em toda a Ásia, as marcas de moda internacionais estão a instalar novas lojas, à medida que os compradores europeus e norte-americanos cortam nos gastos discricionários, castigados pela subida dos preços e pelas fracas perspectivas económicas.
Os retalhistas norte-americanos de vestuário Abercrombie & Fitch e Gap Inc (que opera as cadeias de lojas das marcas Gap e Banana Republic), especializados no segmento adolescente, estão entre os investidores mais incisivos no mercado asiático, planeando abrir as suas primeiras lojas em Hong Kong dentro de poucos meses.
Embora os compradores asiáticos ainda aspirem por marcas de luxo, muitos estão a optar por lojas especializadas, com maior rotatividade de inventário e melhor valor, na sequência do aparecimento de uma nova classe média com mais rendimento disponível e gostos de moda volúveis.
As marcas “cheap and chic” são conhecidas por apresentarem séries limitadas de novos modelos em períodos inferiores a duas semanas, um modelo de negócio que limita o excesso de roupas indesejadas nas prateleiras.
«A confiança do consumidor é muito alta na Ásia, especialmente na China», afirma Shaun Rein, director do China Market Research Group sedeado em Xangai, prevendo que o retalho fast fashion cresça 15% ao ano neste continente. Dentro de quatro anos, o mercado de retalho de vestuário na Ásia-Pacífico deverá ser 35% superior à Europa Ocidental, de acordo com os dados de mercado do Euromonitor International. O mercado de vestuário da Ásia-Pacífico liderou o crescimento mundial no ano passado, avançando 7,6%, para os 452 mil milhões de dólares. «É um ponto de viragem fundamental para a indústria e indicativo de uma nova ordem mundial de consumo», acredita Geok Leng Loo, director de pesquisa para a Ásia-Pacífico no Euromonitor, em Singapura.
A Abercrombie ocupou uma área de quase 2.000 metros quadrados no centro comercial de Knightbridge em Singapura, a sua primeira loja no Sudeste Asiático. A cadeia Uniqlo, operada pela japonesa Fast Retailing Co, abriu uma nova loja em Hong Kong no mês de Junho, a sua terceira loja desde Novembro. A Zara, detida pela Inditex, o maior retalhista de vestuário do mundo, abriu recentemente lojas em Sidney e Melbourne, enquanto a cadeia britânica Topshop instlou a sua primeira loja de roupa em Osaka, Japão, no mês de Maio.
Esta expansão está a ajudar as empresas a aumentarem os lucros. Em Junho, a Inditex anunciou um aumento de 10% no lucro trimestral, na medida em que o crescimento nos mercados emergentes compensou a desaceleração económica na Europa. A empresa espanhola planeia 120 lojas na China para este ano.
A procura por moda e vestuário nos mercados asiáticos deverá crescer 4,7% em 2011, liderada por um crescimento de 10,8% na China, de acordo com os consultores da PricewaterhouseCoopers. No entanto, esta atenção acrescida no mercado asiático por parte das maiores empresas de moda do mundo, é uma ameaça às marcas regionais que conquistaram uma posição há mais de uma década atrás. Os planos de expansão dos grandes nomes do retalho internacional poderão prejudicar diversas marcas asiáticas estabelecidas, como Giordano, Esprit e Bossini, em vez dos retalhistas de gama alta.

Fonte: Reuters

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