3 de out. de 2011

Shang Xia chega à Europa


Um ano após o lançamento em Xangai da sua marca de luxo “chinesa”, a Hermès vai estender este conceito de retalho a Pequim e a Paris. A casa de luxo francesa realiza, assim, o seu objectivo de «levar a criação do Oriente para o Ocidente» com a abertura de uma loja em Setembro de 2012 no seu país de origem.
 
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Shang Xia chega à Europa
 Os especialistas do sector estão a acompanhar de perto a evolução da Shang Xia, a marca “chinesa” lançada há um ano pela Hermès, para analisar o que ela poderá oferecer a outras marcas de luxo que procuram explorar a China, onde um número crescente de consumidores de classe alta está a comprar produtos de luxo. Patrick Thomas, presidente da Hermès, disse que apesar da Shang Xia anda não gerar lucros, os resultados registados estão acima das expectativas. «Se querem que confirme que perdemos dinheiro actualmente com a Shang Xia, isso é normal e já estava previsto no primeiro ano. Quanto aos números serão divulgados mais tarde, por agora só nos importa a nossa excelência. O volume de vendas – em torno de 2 milhões de euros – foi superior às nossas previsões», revelou Thomas. «Os clientes têm aprovado o projecto e a identidade da marca tem-se afirmado e é consistente», acrescentou o presidente da Hermès.
A directora criativa de Shang Xia, Jiang Qiong Er, felicita-se da sua clientela ser «60% chinesa e 40% estrangeira». Segundo ela, os chineses dizem-lhe que «ficam contentes em ver o know-how nacional redescoberto» e os ocidentais «varreram a sua imagem da falta de qualidade dos produtos chineses». O estilo, sobretudo elitista, um pouco esotérico na origem, tem evoluído. A marca apresenta uma gama completa de produtos que inclui vestuário, jóias, móveis, calçado e marroquinaria. «O nosso espírito é elegante, clássico e, ao mesmo tempo, contemporâneo. Podemos encontrar a beleza dos móveis da dinastia Ming e as porcelanas da dinastia Song ou os têxteis da dinastia Han», ilustrou Jian Qiong. Estima-se que num ano a marca «tem amadurecido muito, com um estilo e materiais mais precisos, uma equipa mais estruturada», analisou a directora criativa.
O presidente da Hermès, por seu lado, fez questão de sublinhar que a Shang Xia não é uma marca de segunda linha da Hermès para o mercado chinês. «Qiong Er tem uma total autonomia criativa e as duas marcas são completamente distintas. Elas partilham apenas duas coisas: a filosofia do artesanato de qualidade e do estilo que fez o sucesso da Hermès e também os accionistas». O grupo francês é accionista maioritário da nova marca, com 90%.
Já com 40 lojas na Grande China (continental, Hong Kong, Macau e Taiwan), a Hermès, tem inaugurado três a quatro lojas ao ano. No entanto, segundo o presidente, a marca vai abrandar o ritmo para uma ou duas novas aberturas anuais. «A nossa capacidade de produção ainda não responde à procura e não podemos abrir lojas se não formos capazes de as fornecer», explicou Patrick Thomas. A China é para a Hermès uma galinha de ovos de ouro e «tem um potencial de crescimento considerável (…) e que continuará superior a 25% durante os próximos anos», disse o presidente do grupo francês. 

Fonte: Portugal Textil

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