24 de abr. de 2013

A moda no impressionismo


Depois de ter seduzido cerca de 500 mil visitantes no Musée d'Orsay em Paris, a exposição “Impressionismo e Moda”, com uma apresentação distinta, atravessou o Atlântico e ancorou no Metropolitan Museum de Nova Iorque, levando vários quadros nunca antes expostos nos EUA. 

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A moda no impressionismo
A filosofia da exposição no MET é a mesma de Paris. Trata-se de ilustrar «as muitas facetas do diálogo entre a arte e a moda» na época dos impressionistas, numa mostra conjunta de obras-primas de Monet, Manet, Renoir, Dégas, Caillebotte… e vestuário da época, cujos mestres traduziram apaixonadamente a evolução e a ousadia. 
O MET propõe, deste modo, 80 telas e 16 vestidos, a maior parte dos quais americanos, numerosas revistas da época consagradas à moda, e extraordinários acessórios, sombrinhas, leques, chapéus…     
Em destaque, os dois fragmentos restantes do gigantesco "Le Déjeuner sur l’Herbe", de Monet (1865-1866), cedidos pelo Musée d'Orsay. A pintura nunca foi exibida nos EUA, revelou o presidente do museu parisiense, Guy Cogeval, que foi propositadamente a Nova Iorque ver a exposição e encontrou-a «radicalmente diferente na sua apresentação».
Embora a ideia seja a mesma, a exposição do MET, intitulada "Impressionismo, Moda e Modernidade", difere em muitos aspetos da de Paris. «A seleção de pinturas não é a mesma», afirma Susan Stein, curadora do MET. «A maior parte do vestuário é diferente, tal como os documentos expostos. E a organização da exposição é temática e cronológica», acrescenta.
A exposição está dividida por oito grandes salas: uma é consagrada ao "Vestido Branco", outra para o "Vestido Preto", uma terceira aos fatos masculinos, uma quarta para as encenações ao ar livre, uma quinta para a moda parisiense da época,…
Quatro anos de preparação
“Le Repos" de Manet (circa 1871), que não foi exibido em Paris, encontra-se agora exposto na sala "Vestido Branco", com a tela "Lise" de Renoir (1867), ao lado de um encantador vestido com crinolina. Na sala confinante, a "Mme Charpentier et ses enfants" de Renoir (1878) coabita com um impressionante vestido de seda preto, assim como com "La Parisienne" de Manet (circa 1875).
Os visitantes podem ainda admirar " Dans la Serre" de Albert Bartolomeu (circa 1881) exposto ao lado do vestido de bolinhas e riscas roxas usado pela Sra. Bartholomé para o retrato. «Ela guardou-o toda a vida, tal como a pintura», explica Guy Cogeval. «Antes de morrer, deu ambos a um particular, que por sua vez os ofereceu mais tarde ao Musée d'Orsay».
Além de “Le Déjeuner sur l’Herbe", várias pinturas estão também expostas pela primeira vez nos Estados Unidos, nomeadamente "Camille" de Monet (1866), apresentada com um admirável vestido verde de riscas, "Lise" de Renoir ou ainda "La Parisienne".
«Há cinco anos, a ideia era inovadora», sublinha Guy Cogeval. «Não foi fácil colocar pinturas tão importantes lado a lado com vestidos. E isso fez refletir muitos historiadores de arte». Alguns críticos, no entanto, não gostaram. Mas «o público compreendeu perfeitamente», acrescenta. Com efeito, a exposição parisiense, que decorreu entre 25 de setembro e 20 de janeiro, foi uma das mais visitadas do museu nos últimos anos, com mais de 4.900 pessoas por dia.
Quanto à atual exposição no MET, prolonga-se até 27 de maio e, em seguida, instalar-se-á no Institute de Chicago entre 26 de junho e 22 de setembro.

Fonte: AFP

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