21 de dez. de 2011

NOVOS PONTOS DE LUXO


 área de Shoreditch deverá tornar-se numa “mini Bond Street” com a instalação das casas de moda de luxo Christian Louboutin, Ralph Lauren e Vivienne Westwood nesta zona de Londres. O início de uma etapa que deverá levar à duplicação das rendas nos próximos cinco anos.
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Novos pontos de luxo
As três casas de moda, que têm localizações em zonas de topo no tradicional bairro de compras West End em Londres, estão entre os retalhistas de luxo a apontar para Shoreditch (no East End) de forma a aproveitar a sua imagem arrojada, rendas mais baixas e população cada vez mais afluente. «É um pouco como o Meatpacking District de Nova Iorque», explica John Lovell, proprietário de cinco espaços, referindo-se ao bairro de Manhattan transformado por um fluxo de lojas de topo e restaurantes nos anos 90.
Shoreditch, mais conhecido pelos seus edifícios industriais e elevadas taxas de crime, fica perto do distrito financeiro da cidade de Londres. A Old Street, onde a Google alugou um escritório em Setembro, foi apontada pelo Governo para o desenvolvimento de um centro de media ao estilo de Silicon Valley. Marcas de moda independentes, galerias de arte e bares de nicho surgiram nos últimos anos para servir os funcionários das empresas de media, de moda e financeiros do bairro.
A promotora Hammerson está a planear um projecto de 485 milhões de libras (578 milhões de euros) no sul da Shoreditch High Street, com cerca de 60 mil m2 de escritórios e lojas, assim como 299 habitações. Já a Derwent London, que detém propriedades nas zonas de Shoreditch e Old Street, no total de cerca de 64 mil m2, quer mais.
O designer parisiense Christian Louboutin, cujos sapatos com sola vermelha estão à venda por mais de 700 euros o par, está em vias de fechar negócio para uma loja perto do Boundary Hotel na zona mais procurada de Redchurch Street – que já alberga várias marcas de topo.
A designer britânica Vivienne Westwood, conhecida pelo seu papel no movimento punk nos anos 70, está à procura de uma loja de 186 m², enquanto a americana Ralph Lauren busca um espaço de 372 m² para a sua segunda loja RRL na Grã-Bertanha, indicou outra fonte. Também a Prada planeia instalar-se em Shoreditch, referiram três agentes imobiliários à Reuters.
Ao contrário de muitos retalhistas britânicos de gama média, as marcas de luxo recuperaram em força da recessão de 2008, graças a uma forte procura proveniente dos mercados emergentes, o que lhes tem permitido financiar os seus planos de expansão e fazer experiências com conceitos de retalho.
O aumento do interesse por Shoreditch surge numa altura em que a concorrência para lojas nos tradicionais locais da moda – Bond Street, Regent Street e Oxford Street – se tornou mais acérrima e mais dispendiosa, forçando os retalhistas a procurarem outros locais.
Várias marcas de topo da China e do Japão estão a tentar lançar a primeira loja na Grã-Bretanha em Shoreditch para aproveitar as rendas mais baixas e a sua imagem, revelou uma fonte próxima à Reuters.
As rendas em Bishops Square, no sul de Shoreditch High Street, aumentaram para 135 libras por pé quadrado, em comparação com as anteriores 65-70 libras, desde que a zona foi recuperada em 2005.
O mesmo pode acontecer com as rendas em Redchurch Street nos próximos cinco anos, afirmou Rob Fay, presidente da agência de Londres central da Colliers Internacional.
O valor das propriedades comerciais em algumas áreas mais do que duplicaram em 10 anos, para mais de 500 libras por pé quadrado, referiu Michael Newell, um agente imobiliário da empresa local Dominion. Ainda assim, mesmo após duplicarem, as rendas estão bem abaixo das praticadas em New Bond Street e Oxford Street, que atingem os 964 libras e 715 libras, respectivamente, segundo os dados da imobiliária Cushman & Wakefield.
Grande parte das propriedades de Shoreditch pertence a famílias ou indivíduos ricos sobretudo britânicos, em comparação com a Bond Street e Oxford Street, que são detidas na maioria por estrangeiros. John Lovell, que está a reconfigurar uma das suas propriedades para a tornar mais adequada ao retalho, afirma que outros estão a fazer o mesmo.
A propriedade fragmentada significa que pode ser mais difícil para promotores maiores capitalizarem qualquer aumento exponencial. «Gostaríamos de encontrar mais oportunidades nessa zona, mas não conseguimos, enquanto empresa, comprar localizações com escala muito pequena», concluiu Simon Silver, responsável de recuperação na Derwent.

Fonte: Reuters

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