2 de dez. de 2011

RALPH LAUREN FOCA-SE NA MODA


Apesar de não negar as dificuldades, a Ralph Lauren acredita que os consumidores estão dispostos “a abrir os cordões à bolsa” para adquirir produtos novos com o foco na moda. Um caminho que tem permitido à empresa aumentar os lucros e as vendas, apesar da degradação das margens.
 
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Ralph Lauren foca-se na moda
A Ralph Lauren Corporation apontou o aumento dos custos de produção como uma «das dificuldades a curto prazo» que continuam a afectar o negócio, mas acredita que os consumidores estão dispostos a gastar mais em produtos desde que ponham a «moda em primeiro» e ofereçam algo novo e excitante.
A empresa, cujas marcas incluem a Polo by Ralph Lauren, Denim & Supply, American Living, Chaps e Club Monaco, tomou a decisão de implementar «aumentos de preços selectivos» nas suas gamas para contrabalançar o aumento dos custos do algodão.
O presidente e CEO Roger Farah, afirmou que a empresa está «confortável com as decisões que tomamos para lidar com os custos mais altos, particularmente porque o cliente continua a eleger as marcas da Ralph Lauren em todas as categorias de produtos».
Num encontro com os analistas para apresentar os resultados do segundo trimestre, o CEO acrescentou ainda que «o consumidor está mais entusiasmado para gastar em novos produtos de moda. Não há dúvida que o nosso compromisso de vários anos de investir em design e inovar nos produtos, que são feitos com os maiores níveis de qualidade e apresentados num ambiente de compras único e aspiracional, tem beneficiado a nossa performance».
Contudo, apesar de ter registado um aumento de 13,6% no lucro do segundo trimestre, para 233 milhões de dólares (176,13 milhões de euros), um aumento de 24% das vendas, para 1,9 mil milhões de dólares, e ter revisto em alta as previsões de volume de negócios para o ano, as acções da empresa de vestuário caíram devido às preocupações com as margens brutas.
Durante o trimestre, as margens brutas de lucro caíram 140 pontos base em comparação com o ano passado, para 56,6%, com a empresa «a experienciar o impacto total da inflação dos custos dos artigos», que ultrapassou os aumentos selectivos dos preços, as vendas mais altas no segmento de retalho e as margens mais elevadas das vendas internacionais, indicou a empresa.
O retalhista acrescentou também que irá enfrentar «pressão» nas suas margens de lucro para o resto do ano, «incluindo para os nossos envios da Primavera, já que o custo mantém-se acima dos níveis do ano anterior», explicou Farah. Segundo indicou, os custos no terceiro trimestre estiveram sob particular pressão porque os fornecedores esgotaram o inventário com custos mais baixos para misturar com as matérias-primas compradas no pico dos aumentos de preços. Nos próximos nove meses a situação deve reverter, sublinhou, com os preços do algodão a baixarem.
«Há definitivamente uma espécie de pico do custo dos bens que será experienciado nos próximos três ou quatro meses. Escolhemos passar em muitos casos, mas não em todos os casos, o impacto total do custo dos bens e essa foi uma decisão tomada por categoria de produto e região. Os resultados nos primeiros seis meses, penso, reflectem o balanço que conseguimos entre as margens e as vendas em dólares. E vamos continuar a fazer isso à medida que trabalhamos neste período de custos voláteis. O consumidor respondeu muito bem, na maioria dos casos, à moda em primeiro lugar. Por isso, se é um novo produto e eles estão entusiasmados, eles compram. E o preço relativo disso é imaterial. Penso que quando há alguma coisa que capta a sua atenção, que é novo e diferente, o preço não é uma questão», explicou o CEO.
As vendas mensais flutuaram desde Julho, «por isso penso que vamos precisar de chegar ao fim da época festiva para termos uma leitura final da reacção dos consumidores a toda esta volatilidade», acrescentou Farah.
A Ralph Lauren sublinhou que os preços dos produtos para o próximo Outono não têm em conta apenas os custos do algodão – e que os preços mais elevados das etiquetas podem estar para ficar.
«Há questões que estão a contrabalançar porque a caxemira, a lã e os sintéticos estão a aumentar os preços», indicou Farah. Sem esquecer os custos de produção e custos de transporte. «Se os preços que temos hoje estão a ser bem recebidos, não nos vejo a voltar atrás», concluiu Farah.

fonte:  just-style.com

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