Aproveitando o mote dos Jogos Olímpicos este verão, Londres mostra aos milhares de turistas que deverão visitar a cidade o melhor do design de Terras de Sua Majestade, desde o Jaguar ao Concorde, sem esquecer o mobiliário e, claro, a moda com acento britânico.
O Jaguar E-type, um vestido LED e o Concorde são alguns dos artigos que levam os visitantes através de 60 anos de design britânico na exposição deste verão no Museu Victoria and Albert, em Londres.
Mergulhando fundo no seu espólio, o museu colocou em exibição exemplos da inovação britânica, alguns dos quais nunca foram mostrados antes. Tudo, desde garfos e facas à capa de um álbum dos Sex Pistols, leva o visitante a percorrer seis décadas, traçando o percurso do mundano utilitário aos rebeldes do rock-n-roll.
Coincidente com os Jogos Olímpicos de 2012, a exposição relembra a “austeridade” dos Jogos Olímpicos de 1948, criando uma das primeiras exposições sobre a cultura do design da Grã-Bretanha pós-guerra.
«Numa altura de grande ansiedade em relação à recessão, penso que é interessante ver esses 60 anos e ver como a Grã-Bretanha respondeu antes à recessão… é um desenvolvimento complicado e muita criatividade surgiu desses momentos de grande desconforto», afirmoa o curador, Ghislaine Wood.
O momento em que o design se torna arte é capturado na sala mal iluminada “subversão”, onde minivestidos pastel dão lugar a alfinetes e picos punk.
O vestido em forma de ovo do ano 2000 do designer de moda Hussein Chalayan, fantasticamente impossível de usar mas profundamente simbólico, traz essa mensagem à cabeça e parece moderno ainda hoje.
«Pedimos essa peça há 13 anos e é uma fabulosa peça de design que nos faz questionar o papel da moda e da arte e a forma como as fronteiras dessas disciplinas estão a esbater-se», considera Wood.
Mas é a mostra de cadeiras que dá realmente uma imagem de inovação cronológica – há muito considerado um padrão de ouro do design, a incrível coleção de mobiliário de sala de estar dá uma perceção da mudança de moda, gostos e costumes culturais ao longo das décadas.
A cadeia sintética, quadrada, dos anos 60 dá origem a uma cadeira com pernas em forma de um punhal ferrugento, resumindo a estética rude dos anos 80. Perto, uma cadeira feita de dezenas de pedaços de madeira é uma homenagem à tendência moderna de designs mais ecológicos.
A última galeria centra-se na cultura da produção. Um telefone na parede, como o que esteve durante anos nas casas britânicas, abre o caminho para um iPhone de amostra, pendurado perto. Um grande modelo do Concorde e um vídeo que dá conta das suas falhas toma conta da outra metade da galeria.
Num «laboratório digital» escurecido, a heroína da ficção Lara Croft escala uma parede de um templo em ruínas e balança-se numa liana da selva – num exemplo de topo do vídeo britânico.
Lemmings a cair de um precipício num abismo escuro, lançado há mais de 20 anos, recorda os primeiros jogos de computador, e há um sorriso ao ver o enorme computador de secretária Apple Mac, que era o topo do chique há apenas 10 anos.
Mas há um design que realmente perdura. O do Jaguar E-type em prata a brilhar no meio da sala. «Esse design passou o teste do tempo», destaca Wood, lembrando o dia em que foi conduzido para a galeria e o efeito que tem nos visitantes que passam.
«Ouvir o público a entrar na última sala e ver o Jaguar E-type, que é evidentemente um dos carros mais bonitos alguma vez desenhados, e vê-los a comentar, é brilhante», considera Wood. «Isso mostra o poder do design», acrescenta.
A exposição está aberta ao público até agosto.
Fonte: Reuters
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