Com a recuperação do emprego, os homens americanos começam a regressar às lojas e mostram-se dispostos a gastar mais no guarda-roupa. Só em 2011, compraram quase 8,5 mil milhões de dólares em vestuário e as estimativas apontam para a continuação desta tendência de crescimento.
Após anos de frugalidade no vestuário, os homens americanos estão em massa nos centros comerciais, um sinal firme de que a economia está finalmente a recuperar. As vendas de vestuário masculino deverão aumentar 8,26% no primeiro trimestre, segundo o IBM Global Business Services.
No ano passado, os homens gastaram cerca de 8,4 mil milhões de dólares (6,38 mil milhões de euros) em vestuário, o que representa um crescimento de 8,21% em comparação com 2010 e a maior subida dos últimos 20 anos. As estimativas têm por base os dados do Gabinete de Censos, que irá publicar os números detalhados das vendas de vestuário de dezembro alhe no final deste mês, e não incluem as vendas na Internet. «O que está a acontecer é que os homens estão de novo a trabalhar. Era mais difícil para um homem conseguir um emprego do que para uma mulher», explica Mike Haydock, responsável da análise do retalho na IBM.
A economia usufruiu de cinco meses de forte crescimento no emprego, tendo sido criados 243 mil novos postos de trabalho no mês passado. O crescimento económico acelerou nos últimos três meses de 2011 e os dados revelados até à data sugerem que a dinâmica prosseguiu no início deste ano.
Os homens foram os mais atingidos pela recessão, que dizimou o emprego nas indústrias de produção e de construção. Embora a maior parte das perdas de postos de trabalho da crise de 2007-2009 nunca seja readquirida, os homens estão de novo a recuperar empregos.
Em janeiro, a taxa de desemprego para homens com 20 anos ou mais caiu de 8% para 7,7%, eliminando a diferença para mulheres da mesma faixa etária. A taxa de desemprego para mulheres nessa categoria caiu dos 7,9% em dezembro para os actuais 7,7%. Foi a primeira vez desde o fim da recessão que as taxas de desemprego entre os géneros foram iguais. «As mulheres ficaram com quase 40% dos empregos criados no mês passado, mas tiveram menos de 8% dos 1,9 milhões de empregos criados desde o início da retoma», refere Joan Entmacher, responsável da área de segurança económica familiar no National Women’s Law Center em Washington.
A taxa de desemprego entre os homens aumentou mais do que a das mulheres durante a recessão, mas caiu 2,2% durante a retoma. A taxa de desemprego das mulheres aumentou 0,1% desde o início da retoma.
Essa mudança está também visível nos padrões de consumo. Ao contrário do ritmo rápido antecipado para o vestuário de homem, as vendas de vestuário de senhora deverão crescer apenas 1,96% no ano passado, de acordo com os dados da IBM. Já as vendas no primeiro trimestre deverão aumentar 2,44%.
A maior parte das vendas de vestuário de homem está concentrada no grupo etário dos 25 aos 30 anos, um dos segmentos onde a falta de trabalho é elevada. O desemprego para os homens entre os 24 e os 34 anos caiu dos 9,5%.para os 9% em Janeiro.
Mas em geral, os homens estão também a vestir-se melhor, uma tendência que pode dar à economia um empurrão. «Os homens estão a comprar gravatas finas e suspensórios. Um look de negócios mais polido está na moda e os homens estão a gastar mais com eles próprios devido a uma procura contida», conclui Jill Puleri, uma vice-presidente na IBM.
Fonte: Reuters
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