10 de jul. de 2013

O regresso de Lacroix

Na sua coleção de estreia para a casa Schiaparelli, Christian Lacroix colocou na passerelle os elementos favoritos da icónica criadora italiana, dos bordados ricos à paleta de cores, sem esquecer os conceitos, que invocaram o circo, as feiras populares e o estilo militar.
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O regresso de Lacroix
 No seu regresso à alta-costura, Christian Lacroix celebrou a designer italiana Elsa Schiaparelli, usando elementos como saias volumosas, capas tão ricamente bordadas que eram precisas três pessoas para as retirarem do manequim, sapatos com pele e chapéus de plumas.
Na sua primeira coleção para o relançamento da casa Schiaparelli, Lacroix reinterpretou muitas das influências da célebre criadora, desde as feiras populares e circos aos uniformes militares e saris.
Schiaparelli, que faleceu em 1973, era, tal como a sua grande rival Gabrielle “Coco” Chanel, uma das figuras mais proeminentes da moda entre as duas guerras mundiais. Mas a sua marca fechou em 1954, vítima de incapacidade de se adaptar à austeridade do pós-guerra.
Parcialmente apresentada num carrossel rotativo de espelhos, a coleção de 18 peças “Homage to Elsa” de Lacroix mostrou muitos dos detalhes de Schiaparelli, como grandes bolsos, proporções exageradas e cinturas muito finas. «Sem Elsa, nunca me teria tornado num criador de moda», afirmou Lacroix aos jornalistas no Museu de Artes Decorativas de Paris, com vista para o Jardim das Tulherias, acrescentando que o convite para desenhar para esta emblemática casa foi um «presente».
A paleta de cores da coleção inclui os tons preferidos de Schiaparelli, como beringela, preto, fúcsia e vermelho, estas duas últimas as tonalidades preferidas também de Lacroix.
Numa peça inspirada no circo, um corpete simétrico pregueado e uma saia oversized foram combinados com um chapéu de palhaço bordado. O vestido usou 40 metros de seda e 350 horas de trabalho.
Descrevendo a coleção como um misto de «malícia e melancolia», Lacroix acrescentou que ele e Schiaparelli estavam unidos no «gosto pelo preto, pela cor e pelos bordados».
A casa Schiaparelli foi oficialmente reaberta em julho de 2012, tendo sido comprada em 2006 por Diego Della Valle, que lidera a casa italiana de artigos em pele Tod’s.
O francês Lacroix foi muito aplaudido pelos editores de moda nos anos 90 depois de ter criado a primeira casa de alta-costura num quarto de século, aberta em 1987.
Lacroix aproveitou a onda do consumo de luxo dos anos 90 com criações exuberantes e exageradas que maravilharam o mundo da moda. Mas perdeu a sua casa de moda em dezembro de 2009 quando um tribunal de insolvências de Paris aprovou um plano para pôr fim à produção das linhas de alta-costura e pronto-a-vestir da marca. A casa de moda tinha acumulado prejuízos de 10 milhões de euros em 2008 depois de ter sido afetada pela acentuada quebra do mercado de luxo.
A sua coleção para a casa Schiaparelli, considerada o ponto alto da estação, foi apresentada durante a recente semana de moda de alta-costura para o outono-inverno 2013/2014.
A alta-costura existe apenas em Paris, onde está legalmente protegida, com a atribuição da designação sujeita a critérios rígidos como quantidade de trabalho feito à mão, número limitado de peças e número de trabalhadores.

 Fonte: AFP

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