12 de jul. de 2013

Alta-costura dá cartas

Mostrando a sua vitalidade e importância para as casas de moda, a alta-costura continua a surpreender na passerelle e a conquistar cada vez mais clientes e mais jovens, como é prova a Dior desde que Raf Simons tomou conta dos destinos criativos da marca francesa.

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Alta-costura dá cartas
Qualquer pessoa que pense que a alta-costura já não tem importância deveria estar em Paris na segunda-feira passada, quando a indústria aguardava ansiosamente por cada visual colocado sob as luzes dos holofotes como os de Raf Simons na Dior e Christian Lacroix numa renovada Schiaparelli .
O maior buzz foi o regresso da Schiaparelli, à terceira tentativa, depois das duas datas anteriores terem sido adiadas. A marca, detida há seis anos por Diego Della Valle, dono da Tod’s, contratou Lacroix para a sua revitalização mas, numa reviravolta inesperada, as roupas não estarão à venda para ninguém e o envolvimento de Lacroix terá sido um acordo apenas para uma estação.
Marco Zanini, da Rochas, é apontado como o designer que irá, talvez na próxima estação, relançar a Schiaparelli como uma marca para comprar e usar tanto por clientes de alta-costura como de pronto-a-vestir. Mas por agora, a passerelle encheu-se de interpretações de Lacroix da visão única e subversiva de Schiaparelli.
O esforço que está a ser colocado neste relançamento reflete o quão importante a alta-costura ainda é. O CEO da Dior, Sidney Toledano afirmou à AFP que a casa que gere, a Dior, está sempre a acrescentar novos consumidores graças ao relançamento que Simons fez. «Os americanos estão a voltar em força e a clientela está a ficar mais jovem», afirmou Toledano. «A alta-costura já não é algo para as mulheres mais velhas. Estamos a vender para muitas mulheres nos seus 30 anos», acrescentou, tendo revelado no início deste ano que a casa está também a ganhar novos consumidores na América do Sul e na Ásia.
Desta vez, Simons embarcou numa viagem mundial, aproveitando diversas fontes de inspiração desde os guerreiros Masai aos têxteis japoneses e ao glamour chique das clientes da Dior em Paris. Também avançou da tão tradicional alta-costura para uma nova área, com a introdução de desenvolvimentos inovadores de tecidos no saber artesanal dos ateliers.
Uma silhueta justa e brilhante, de acordo com as tendências, surgiu numa paleta de cores que refletiu as diferentes inspirações de Simons. Tons muito fortes como o cobalto, azul-elétrico, esmeralda e papoila foram misturados com a serenidade calma do cinza, marfim e branco que já se tornaram uma assinatura da Dior. Ao mesmo tempo, apontamentos de verde-maçã, amarelo canário, azul-céu e azul-água foram usados como acentuações gráficas.
As peças-assinatura da casa percorreram a passerelle, surgindo em casacos Bar em conjugação com saias-lápis em camadas ou num bustier justo sob um top com padrões enrugado com uma saia-lápis longa com botões de lado.
Os vestidos de noite seguiram um caminho semelhante, com bainhas em pregas que acrescentaram uma sensação curvilínea em vestidos estruturados em forma de ampulheta, confecionados em cetins brilhantes ou com o toque de luxo da pele de marta.
Num visual mais suave registou vestidos-coluna leves, drapeados em seda, enquanto um festival de riscas tribais ousadas criou efeitos gráficos de segunda-pele.
 
Fonte: WGSN

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