10 de ago. de 2015

Birkin sem crocodilo

A cantora e atriz britânica Jane Birkin pediu à casa de luxo Hermès que retirasse o seu nome da bolsa de pele de crocodilo, depois de tomar conhecimento dos métodos «cruéis» usados no fabrico do icónico acessório.
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Birkin sem crocodilo
Custando dezenas de milhares de euros, a bolsa Birkin é um símbolo de riqueza e um modelo muito amado por celebridades, mas a versão confecionada a partir de pele de crocodilo tem atraído a ira dos ativistas dos direitos dos animais.
«Depois de ter sido alertada para as práticas cruéis infligidas aos crocodilos durante o seu abate para a fabricação de bolsas Hermès batizadas em meu nome pedi que a Hermès desbatizasse a Birkin Croco até que sejam aplicadas melhores práticas em conformidade com as normas internacionais», revelou Jane Birkin em comunicado.
A bolsa foi concebida para a cantora e atriz britânica, em 1984, depois de um encontro casual com o então presidente da Hermès, Jean-Louis Dumas. Uma jovem mãe na época, Jane Birkin afirmou ser incapaz de encontrar uma bolsa que fosse simultaneamente elegante e prática.
A bolsa tornou-se, desde então, um dos acessórios favoritos entre as celebridades, como Victoria Beckham, Kim Kardashian e personagens da popular série de televisão, “Sexo e a Cidade”, entre outras.
A versão de pele de crocodilo, que custa pelo menos 33.000 euros, é um dos produtos mais célebres da Hermès, a par dos seus lenços de seda e bolsas batizadas em homenagem a Grace Kelly.
A bolsa, que está também disponível em couro bovino ou pele de avestruz, é confecionada inteiramente à mão, em França. A finalização de cada bolsa demora entre 18 a 25 horas.
No entanto, o acarinhado modelo tornou-se recentemente alvo de uma exposição do grupo de defesa dos direitos dos animais Peta, destacando as fazendas de crocodilos do Texas ao Zimbabué, onde os répteis são alegadamente amontoados em poços de cimento antes de serem mortos.
A Peta divulgou que são necessários dois a três crocodilos para confecionar uma Birkin. «Com apenas um ano de idade, os crocodilos são alvejados com uma arma de êmbolo ou grosseiramente golpeados quando estão ainda conscientes e capazes de sentir dor», explicou a Peta.
Congratulando-se com a decisão de Jane Birkin, o grupo Peta anunciou que «em nome de todas as almas boas deste mundo, agradecemos à Sra. Birkin por terminar a sua associação com a Hermès». O grupo solicitou, também, à Hermès que «parasse a pilhagem de animais selvagens, a pecuária industrial de crocodilos e jacarés e o abate pelas suas peles».
Birkin é, eventualmente, mais conhecida como a ex-mulher do falecido cantor e compositor francês Serge Gainsbourg, que escreveu algumas das canções que a catapultaram para a fama. Goza, também, de uma ampla carreira como atriz.
Numa resposta anterior à controvérsia sobre as suas bolsas de couro de crocodilo, a casa francesa afirmou que todas as fazendas operam em respeito pela Convenção de Washington sobre o Comércio Internacional de Espécies Selvagens de Fauna e Flora Ameaçadas, e que uma auditoria estava em andamento sobre as fazendas apontadas pela Peta.
A Hermès emprega cerca de 12.000 pessoas em todo o mundo, incluindo 7.200 em França.

 Fonte: AFP

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