As marcas de luxo demonstraram como nunca o poder imediato dos media sociais durante a Semana de Moda de Londres, com a transmissão on-line dos desfiles e os tweets e posts nos blogues de designers, jornalistas e celebridades a fomentarem as vendas.
A cadeia de retalho de vestuário Topshop atingiu a maior audiência on-line para um desfile de Londres transmitido em direto, com dois milhões de pessoas provenientes de mais de 100 países a ver a mais recente coleção da Topshop Unique. Segundo os dados compilados pela cadeia de retalho, mais de 200 milhões de pessoas estiveram expostas a imagens e conteúdos da passerelle como parte da parceria da Topshop com o Facebook, em que os fãs foram direcionados para a transmissão em direto da Topshop a partir do seu site de compras.
Mais importante, a Topshop foi capaz de ver um impacto direto da sua cobertura nos media sociais, já que as pessoas ligadas ao desfile puderam imediatamente comprar os visuais que estavam a ver. Vários artigos, incluindo um vestido que foi o primeiro modelo na passerelle, esgotaram ainda antes do desfile terminar.
«As pessoas têm tentado perceber há algum tempo como tornar estes “likes” em algo relevante, como é que a parte social se mistura com a sua marca e penso que vamos ser a primeira marca a perceber isso, vamos ser um estudo de caso… a comercializar essa audiência social», afirmou Justin Cooke, diretor de marketing da Topshop.
Noutros esforços para abraçar a tecnologia digital, a House of Holland fez uma parceria com o site de leilões eBay numa loja virtual pop-up e a designer Alice Temperley mostrou algumas das suas recentes coleções Temperley London usando «passerelles virtuais». «O tráfego no website tem picos quando se faz um tweet com o Pinterest ou o Instangram», revelou Temperley. «É um trabalho a tempo inteiro para uma equipa de pessoas, mas é assim que as coisas são», acrescentou.
Para além de ser uma loja virtual instantânea, os media sociais dão às marcas um fórum mais duradouro para as comunidades on-line que querem discutir cada aspeto de uma coleção, de acordo com Lucy Yeomans, editora-chefe do site de retalho de moda Net-A-Porter.com e antiga editora da edição britânica da Harper’s Bazaar. «Penso que qualquer pessoa que não explore o poder dos media sociais está a perder muito. Não é apenas uma ferramenta de marketing», acrescentou.
Editores vs BloggersNão são apenas as marcas que estão a usar os media sociais para se ligarem aos seus consumidores. Os editores de moda ripostaram contra os bloggers de moda que durante um curto período eclipsaram a sua dominância nas primeiras filas dos desfiles ao saltarem para o comboio dos media sociais com tweets, blogues e imagens de si próprios.
Editores de revistas e jornais tornaram-se celebridades dos media em direito próprio – Jo Elvin, editor da revista britânica Glamour Magazine, tem mais de 63 mil seguidores no Twitter, enquanto Joe Zee, diretor criativo da americana Elle Magazine tem 155 mil.
Geralmente, a cobertura nos media de uma marca por parte dos jornalistas é considerada três vezes mais poderosa em valor em comparação com a publicidade, já que ganha apoio com uma história editorial do jornalista, referiu Katie Mitchell-Baxter, diretora de contas na empresa de relações públicas Good Relations.
Só na semana de moda, o British Fashion Council estima que mais de 100 milhões de libras (123,78 milhões de euros) em encomendas são geradas a cada estação e que a cobertura dos media internacionais vale 61 milhões de libras.
Claudia Crow, diretora criativa da consultora de lojas Talk PR, considera que publicações como a Vogue, a Harper’s Bazaar, o The Telegraph e o The Times estão agora na vanguarda da reportagem de moda rápida, o que foi importante para eles, para estarem à frente da concorrência de pequenos outlets e bloggers. «Jornalistas podem fazer ou quebrar uma linha. Se escreverem uma boa ou uma má crítica, é incrivelmente poderoso, é incrivelmente eficaz», concluiu Crow.
Fonte: Reuters
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