31 de mai. de 2012

A moda do comunismo


O sentido de estilo e a elegância das mulheres soviéticas da I Guerra Mundial à Perestroika estão em destaque na exposição “Moda por detrás da Cortina de Ferro” em Moscovo, numa mostra que revela os modelos e os artifícios usados para se manterem a par com as tendências ocidentais.
 
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A moda do comunismo
Uma nova exposição de moda em Moscovo ilustra a evolução da moda soviética por detrás da Cortina de Ferro, desde o período após a I Guerra Mundial até à Perestroika.
“Moda por detrás da Cortina de Ferro”, o nome da exposição no edifício do século XVI do museu Tsaritsyno, na periferia de Moscovo, ilustra sete décadas de vaidade feminina, descrevendo como as mulheres soviéticas fizeram vestidos de noite em seda para o teatro, adquiriram artigos de designer e pediram tecidos para satisfaz a fome de estilo, apesar da escassez.
A retrospetiva oferece vislumbres dos vestidos sofisticados, inspirados no Ocidente, da elite da era comunista. Elegantes vestidos em crepe da China, pelos, luvas para a noite, chapéus e sapatos de designer usados por bailarinas, atrizes e outras personalidades traçam um retrato através da história, mostrando mais de mil visuais dos anos 20 aos anos 90.
A filha do líder soviético Leonid Brezhnev, Galina, chocou os seus pares com um mini-vestido floral ousado, enquanto a bailarina Galina Ulanova usou uns pumps do designer italiano Salvatore Ferragamo, inacessíveis à maioria no pico da Guerra Fria.
Os visitantes têm-se aglomerado na exposição, aberta até meados de junho, para ver outros visuais, como o sensual vestido vermelho sem alças que valeu à atriz soviética Klara Luchko a alcunha de “Bomba vermelha” no festival de cinema de Cannes em 1962.
A moda é uma rara janela para a história que atrai o público dos dias de hoje, conscientes de estilo, afirma a curadora da exposição, Irina Korotkikh. «O principal objetivo é mostrar aos jovens e àqueles que viveram sob a URSS que a moda existia», explica. «As mulheres soviéticas eram elegantes apesar da situação económica e política», acrescenta.
Face à escassez sob a economia soviética, Korotkikh revela que muitas mulheres fizeram fila – muitas vezes de um dia para o outro – por pequenos pedaços de tecidos e padrões, para costurarem os seus próprios vestidos.
«Adoro a moda dessa altura porque não eram casacos volumosos, havia vestidos lindíssimos», indica a visitante do museu Yelena Yeliseyeva, uma engenheira aeronáutica reformada de 60 anos. «A moda existia na União Soviética e era muito bonita», sublinha.
Relativamente recentes nos museus locais, as exposições de moda rapidamente se tornaram populares junto do público. Vieram visitantes em número recorde para ver os vestidos de Christian Dior no museu Pushkin e os designs do revolucionário costureiro francês Paul Poiret no museu do Kremlin no ano passado.
Fonte: Reuters
 

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